Linha 1 Agencias

AGENCIAS FERROVIÁRIAS DA LINHA DO CENTRO

Para Linha 1 programei  paginas separadas para o correio ambulante e para as agencias ferroviárias pela quantidade ao longo da linha (cerca de 80 estações com agencia postal). O mapa destaca a linha do Centro em azul marinho sem os ramais de S.Paulo e de Porto Novo do Cunha que estão apresentados separadamente

 


AGENCIAS FERROVIÁRIAS DA LINHA 1


2º TRECHO

3º TRECHO

 


HISTÓRIAS E CURIOSIDADES SOBRE AS ESTAÇÕES 


A estação 1.01 – “Campo da Acclamação”

Em 9 de fevereiro de 1855, o Governo Imperial firmou contrato com o engenheiro inglês Edward Price para a construção da primeira seção de uma estrada de ferro que visava promover, a partir do Município da Corte, a integração do território brasileiro sobre trilhos. Em 29 de março de 1858, foi inaugurada a seção que ligava a Estação da Côrte a Queimados, na Freguesia de Nossa Senhora da Conceição de Marapicu, num total de 48,21 km.

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O nome da estação merece comentário à parte pois não houve definição de seu nome e o próprio edifício trazia a inscrição Estrada de Ferro D. Pedro II (e não Estação Tal). Alguns recortes da imprensa que apresento abaixo atestam essa tese.

Vejamos: o contrato de construção em 1855 cita “estação no Campo da Acclamação” (figura1); a matéria de 1858 sobre a inauguração traz “estação do Campo de Sant’Anna” (figura2); esse mesmo ano, ainda lemos “estação Central da Estrada de Ferro de D. Pedro II” (figura3) assim como “estação da Côrte” (figura 4). A figura 5 mostra a primeira tabela de horários do primeiro trecho da linha, publicado em 28/03/1858 e a nomeia “Campo”. As imagens estão na nota [3].

Resumindo, vemos que as referências são aos nomes do local e não ao nome da estação: ‘do Campo de Sant’Anna’, ‘do Campo da Acclamação’ ou ‘da Côrte’. O anódino ‘Central da Estrada de Ferro D. Pedro II’ também é simplesmente descritivo.

Estação D. Pedro II (JB ed. 2/12/1925)

Mas este último é o que prevalece a julgar pelas referências na imprensa nos anos 1860 e 70. Nem mesmo proclamação da república alterará esse quadro ao renomear a ferrovia para Central do Brasil em 22/11/1889 e o da estação para o igualmente inexpressivo, extenso e repetitivo Estação Central da Estrada de Ferro Central do Brasil.

Finalmente, em 2 de dezembro de 1925,  o centenário de nascimento do Imperador enseja a oportunidade de homenagear seu idealizador e a estação é por decreto federal renomeada “Estação D. Pedro II”. O recorte é da edição do JB de mesma data em cuja capa é homenageado o Imperador.

O nome permanece até os dias de hoje, apesar de ser referida popularmente como “Central”.

Como veremos no próximo capítulo, os Correios também fizeram a mesma alteração de nome da agencia em 30 de novembro de 1925 (Boletim Postal).

 


OS RAMAIS DA LINHA 1


Na planilha das linhas há três estações construídas em curtos ramais que são tratados nas planilhas de modo destacado, mas acompanhando a sequencia da linha. São elas

A estação 1.02 no  Ramal de Marítima

FER 4a - Linhas 2 e 3O Ramal da Marítima, como seu nome já anuncia, tinha como objetivo permitir que as cargas provenientes do interior do estado tivessem fácil acesso às instalações do Porto do Rio. O ramal e os primeiros armazéns foram entregues em 1879. Um projeto ambicioso, com construções clássicas, hoje infelizmente abandonadas. Uma agência postal funcionou aí por um breve período durante o Império.

FER maritima2 FER maritima1

A estação 1.03  no Ramal de São Diogo

O Ramal de São Diogo (nº 3 no mapa acima) foi construído para dar acesso às oficinas de manutenção das máquinas da ferrovia. Sua instalação original em 1859 é contemporânea à construção da EFDP II e só mais tarde dividiria sua função com a Estação Oficinas em Deodoro, construída nos início dos anos 1870. Sobre a existência de uma agência postal, a informação disponível é bastante vaga, havendo uma única citação em 1889.

FER São Diogo

A estação 1.26 (Dona Clara) no Ramal Circular de Madureira

O Ramal Circular de Madureira foi construído em 1897 como decorrência do crescimento do tráfego de trens de subúrbio. O ramal permitia que as composições fizessem o retorno ao centro sem a necessidade de girar as locomotivas e os vagões. O mapa ao lado (arte do autor sobre guia atual de ruas) mostra o antigo traçado do ramal. Também indicada está a estação Dona Clara, inaugurada em 1897. Uma agencia postal de mesmo nome foi criada em 1911. Estação e agencia foram renomeadas Campinho nos anos 1930.


 

A agencia dos Correios na estação Central

A exemplo estação, também a agencia passaria um bom período sem nome definido. Detalhes no menu Estação Central 

 


Notas e informações

[1] veja a imagem do decreto no capitulo anterior.

[2] “Cria o Departamento dos Correios e Telégrafos pela fusão da Diretoria Geral dos Correios com a Repartição Geral dos Telégrafos e aprova o regulamento da nova organização administrativa (…)”

[3] Seguem as imagens das nota mencionadas acima.

 

1855.05.09 contrato de construção do trecho1 da EFDP2 Correio Mercantil (figura1)

 

1858.03.30 inauguração trecho 1 da EFDP2 est Campo de Santana Diario RJ (figura2)

1859.08.19 est central da EFDPII (Correio da Tarde) (figura 3)

1858.10.14 estação da Côrte Correio Mercantil (figura 4)

1858.03.28 estação “Campo” tabela de horários da EFDPII (Jornal Commercio ed.30) (figura 5)


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