Itaborai

Com relação aos mapas, Itaboraí traz uma particularidade. O mapa superior tem o padrão deste site para permitir a macrolocalização do município e dos atuais vizinhos. No entanto, optei por posicionar as agencias utilizando o mapa de 1953 acima que possui mais detalhes das ferrovias e locais históricos. Além disso, utilizei letras ao invés de números que dão uma apresentação mais limpa devido ao grande numero de locais e agencias.

MUNICÍPIO DE ITABORAÍ

Um dos mais antigos municípios fluminenses, Itaboraí tem suas origens ligadas a uma capela fundada em 1597 e dedicada a São João Batista. A freguesia de São João de Itaboraí foi estabelecida ali em 18 de junho de 1696. Em 15 de janeiro de 1833 foi criado o município, mantendo esse mesmo nome, simplificado mais tarde para Itaboraí, quando a vila foi elevada a cidade em 16 de janeiro de 1890 (Resumo IBGE).

AGÊNCIAS POSTAIS DO MUNICÍPIO

REDE FERROVIÁRIA

Um município de tão rica história só poderia ter também uma extensa rede ferroviária. De fato, a Linha 35 foi a origem da EF do Cantagalo e as Linhas 41 e 42 serão parte da linha do litoral, ligação ferroviária do Rio com o Espirito Santo.

(*) Na linha 41, a estação Vila Nova do Itamby foi inaugurada em 1866, ou seja, antes da estação inicial Sant’Anna de Maruhy em Niterói (1871). Isso porque ela foi construída em 1866 como um ramal “para trás” (ou seja, na direção de Niteroi) da Linha 35 em direção ao porto de Villa Nova que apresentava melhores condições logísticas. Dessa forma, ela  passou a ser a estação inicial da EF Cantagalo até a passagem por volta de 1874 da linha de Niterói que possibilitou a conexão de Cantagalo à Corte pela baía de Guanabara na estação de Maruhy.

 


CURIOSIDADES, HISTÓRIAS E IMAGENS SOBRE AS AGÊNCIAS


Como veremos, Itaboraí foi, através do rio Macacu, uma das primeiras rotas de exploração e colonização do interior do estado. Contar sua rica história foi um desafio de pesquisa que resultou em uma extensa página que exige um pouco de paciência em sua exploração. Mas vamos lá:

A região de Itaboraí no baixo Macacu

Começo por apresentar a região de Itaboraí no baixo curso do Macacu onde assinalei em vermelho as principais povoações objeto desta matéria. Escolhi o mapa de 1830 acima [6] pela clareza de seu desenho e pelo posicionamento das povoações. Todas estão atualmente dentro do município de Itaboraí. Descritas a seguir por ordem cronológica aproximada:

  • Em (A), a pioneira Villa de Santo Antonio de Sá, também referida por Villa de Macacú foi Freguesia em 1647 e Vila em 05.08.1697, cuja área abrangia na época os municípios de Itaguaí e Cachoeiras de Macacu.
  • Em (E) a Freguesia de Taboraí, criada em 18.01.1696 e que viria a ser elevada a Vila de Itaborahy em 15.01.1833.
  • Em (F) a Vila Nova de São José d’El-Rei, criada em 1722, sucessora da Freguesia de S. Barnabé (1759) apresentada a seguir.
  • Em (P) a freguesia de Nossa Senhora do Desterro de Tamby (ou Itambi) criada em 29.01.1755
  • Em (N) o povoado de Porto das Caixas elevado a Freguesia em 1856 e destinado a ser o mais importante porto da região.

N.A. Magé (que indiquei com a letra K) será apresentada na sua própria página e é também um local antigo e de de rica história. Mas, para comparação, sua freguesia é de 1696, enquanto Santo Antonio de Sá é de 1647.


Apresentando-as em detalhe:

ERJ 464 – Itaborai (1829 – ) E no mapa

Itaboraí é a sede do município desde 1833. Embora não seja a mais antiga Freguesia da região, sua localização privilegiada nas rotas de comércio e seu terreno plano e salubre permitiu um desenvolvimento contínuo e sustentável, com o tempo incorporando várias de suas vizinhas.

A Vila de São João de Itaborahy por decreto imperial foi “erecta em Villa em 15 de janeiro de 1833, comprehendendo seu termo, além da Freguezia de mesmo nome,  a do Rio Bonito, a de Itamby e todo o mais territorio que pertencia à Villa de São José d’El-Rei, que fica extincta [9].

A agencia postal de Itaboraí foi criada em 28 de agosto de 1829 (BP) o que a torna a 20ª agencia pré-filatelica do estado.

Carimbos da sede:

ERJ 465 Venda das Pedras (1875-2002) V no mapa

O Ramal do Rio Bonito era a continuação do Ramal de Niterói em direção ao litoral. Ao chegar a Itaboraí em 01.12.1874, o traçado não passou pelo centro da cidade, mas a estação foi construída na localidade vizinha de Venda das Pedras, hoje integrada à cidade. Sua agencia postal foi criada em 15 de janeiro de 1875 e instalada no prédio da estação.


Agencias terceirizadas e de serviço na sede (todas no local E no mapa):

ERJ 466A  – ACF Pereira dos Santos (1996-2012)
ERJ 466B – AC CDD Itaboraí (2013-1017)
ERJ 466C  – AGC Calundu (2014-2017)
ERJ 490  –  CDD Itaborai (2012)


 

ERJ 467 – Santo Antonio de Sá (1820-1897) Local A no mapa

As ruínas do convento de São Boaventura são o que restou do povoado.

Em 1567 foi erigida às margens do rio Macacu a capela de Santo Antonio. O povoado foi elevado a Curato em 1612 e a Freguesia pelo alvará régio de 10 de fevereiro de 1647 com o nome de Santo Antonio do Caceribu. Foi primeira a se estabelecer na baixada fluminense. Em 5 de agosto de 1697 foi elevada à Vila, com o nome alterado para Santo Antonio de Sá.

O desmatamento e a falta de cuidado com o meio ambiente resultaram em insalubridade e uma epidemia de malária nos anos 1830 que ficou conhecida por “febre de Macacu”. A vila perdeu boa parte de sua população e várias de suas freguesias foram se desmembrando A inauguração da EF do Cantagalo em 1860 mudou definitivamente o eixo econômico para as localidades do alto Macacu e em 1868 a sede do município foi transferida para a florescente estação de Sant’Anna no atual município de Cachoeiras de Macacu. A freguesia foi extinta em dezembro de 1875 e seu território incorporado a Itaboraí.

Essa tumultuada história está contada em detalhe neste site no menu Historia Postal, “Municípios Extintos”. Clique aqui para conhecê-la.

É de lamentar que minha coleção não contenha um único carimbo desse município.

 


ERJ 468 – São Francisco de Sá (1896-1896) Local A no mapa

Tenho somente fragmentos sobre a localização dessa agência. As datas de criação e fechamento – ambas em 1896 – constam claramente nos respectivos Boletins Postais. Cheguei a considerar a hipótese de que o boletim tivesse confundido São Francisco com Santo Antonio de Sá mas, nesse ano, a agencia postal dessa última ainda estava ativa, pois foi fechada somente em 17 de setembro de 1897. 

A única referencia que o buscador encontra com essa nome está em http://viscondedouruguai.blogspot.com/2009/06/ponte-sobre-o-paraiba.html  Desta selecionei o seguinte trecho:

“O Relatório começa informando a instalação da Diretoria de Obras Públicas, criada pela Lei Provincial de 19 de dezembro de 1836, organizada em quatro seções geográficas e chefiada pelo Coronel João Paulo dos Santos Barreto. O detalhamento é feito seção a seção, com grande riqueza de informações e descrições. (…) A terceira seção tinha por limites a fronteira com Minas Gerais, o rio Macacu e os municípios de Niterói e Maricá. Compreendia os extremos de Nova Friburgo, Cantagalo e Itaboraí e mais o de Macacu. O engenheiro Carlos Rivière era seu chefe. As principais obras eram os consertos na estrada de Cantagalo, a ponte do Casseribu, a estrada do Tipoda, em São Francisco de Sá, o canal entre os rios Macacu e Casseribu”.

Por outro lado, na nota 26 do artigo de 1937 intitulado “Vilas Fluminenses Desaparecidas – Santo Antonio de Sá”, de autoria do Dr. José Matoso Maia Forte, consta o seguinte parágrafo:

A viagem a Santo Antonio de Sá faz-se pela estrada tronco norte fluminense até Venda das Pedras. Aí toma-se a estrada para Porto das Caixas e nesse lugar toma-se outra estrada, o Aterrado do Tipotá, e chega-se às terras de uma fazenda que se atravessa para chegar ao outeiro sobre o qual foi construída a vila”.

Da análise dessas referências, parece-me que ambas se referem ao Aterrado do Tipotá, assinalado no mapa abaixo datado de 1835. O local é esse, mas 60 anos antes da referencia a S. Francisco de Sá em 1896. O que fica definido é que tal local ficava proximo à foz do Caceribu no Macacu, próximo ao Porto das Caixas.

Não lhe conheço carimbos.


 

ERJ 469 – O Aldeamento de São Barnabé [1]  Local F no mapa

Os aldeamentos eram aldeias indígenas constituídas sob a tutela jesuíta. Resultado de parceria da Companhia de Jesus, em sua missão de catequização, e a Coroa, em seu interesse de proteger o território vizinho à cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro de ataques estrangeiros e de tribos hostis [2]. O primeiro deles foi o de São Lourenço em 1568 [3], cuja origem ficou ligada à fundação de Niterói.

O Aldeamento de São Bernabé ou Barnabé foi fundado em 26 de agosto de 1579 na região do rio Cabuçu e transferido em 1584 para as margens do Rio Macacu [3]. Em 1759, com as reformas pombalinas, São Barnabé tornou-se Freguesia e em 1772 foi elevada à Villa Nova de São José d’El Rei. Foi o único aldeamento do Rio de Janeiro a obter esse status [4].

É interessante notar que os aldeamentos ocorriam simultaneamente à concessão de sesmarias, títulos de propriedades rurais onde se originavam engenhos e fazendas. Nestas eram construídas capelas, em torno das quais se formavam povoações que, com o desenvolvimento, eram elevadas a Curatos, Freguesias e Vilas. Um exemplo é a vizinha e pioneira Vila de Santo Antonio de Sá, objeto de artigo de História Postal neste site.

Correio. O fato de constar do roteiro de malas não é garantia que tenha existido uma agencia postal em S. Barnabé, embora todas as demais citadas a possuíssem; mas, convenhamos, se houvesse agência, por que teria sido extinta a agencia S. José em 1835 “por não ser mais necessária”? Isso posto, para fins de registro decidi incluí-la na planilha de agências, sem indicar datas.

 


ERJ 470 – Vila Nova de São José d’El-Rei (1829-1835) Local F no mapa

A Vila Nova de São José Del Rei (F) foi criada em 1772 [8] com a elevação da Freguesia de S. Bernabé. Não teve vida muito longa. Com a criação da Vila de Itaboraí (E) por decreto de 15.01.1833, S. José foi extinta e seu território a ela incorporado [9].

Em 1940 a vizinha Freguesia Desterro do Tamby seria extinta e sua sede seria transferida para este mesmo local (ver topico anterior)

Correio

A agência postal de S. Jose d’El Rei foi extinta “por já não ser necessária” em 26.03.1835, sendo desconhecida a data de sua criação. A nota ainda esclarece que São João de Itaborahy deve ser comunicada, pois nessa vila está localizada. Cabe ainda registrar que essa vila tem agencia criada em 28.08.1829.

O decreto não menciona a Freguesia de S. Barnabé, mas esta deve ter permanecido ativa pois encontrei em vários jornais referências a ela nas tabelas “Partidas dos Correios” no roteiro para Cantagalo publicadas de 14.03.1834 até 3.01.1842 [10]. O roteiro menciona tambem S. João de Itaborai, Santo Antonio de Sá e Santa Anna – clara indicação da rota para Cantagalo pelo vale do Macacu.

Infelizmente não possuo imagens.


ERJ 471 – Porto de Sampaio (1858-1893) Local F no mapa

Porto de Sampaio ficava no rio Macacu entre os portos de Villa Nova e Das Caixas. Ponto final das linhas de barco de passageiros provenientes da Corte com destino ao interior do estado, muito popular entre os anos 1850 e 1860. No começo dos anos 1860 passou a ser usado como rota de malas para Cantagalo com a inauguração dessa estrada de ferro.

Aparece com frequencia nas tabelas de roteiros de malas, mas não tenho certeza que tenha possuído agencia própria, uma vez que tanto Vila Nova quanto Porto das Caixas a possuiam. Por isso, creio ser difícil que apareça uma imagem.


Local F no mapa


ERJ 472 – Desterro do Itambi (1862-1874)
ERJ 473 – Vila Nova do Itambi (1874-1941)
ERJ 474 – Itambi (1941-2002)
ERJ 474A – AGC Itambi (1999-2004)

Itambi é a localidade com a mais complicada história, que se reflete nas coordenadas  geográficas. Para isso, comecei por apresentar dois mapas, com as mesmas legendas por letras, permitindo dessa forma um entendimento melhor das mudanças. O superior é o de 1830 já apresentado e o inferior é da Wikimapia 2021 (openstreetmap.com). Este último mostra que as localidades estão hoje praticamente conurbadas.

 

PARTE 1 – TAMBY (Freguesia de Nossa Senhora do Desterro de Tamby)

A primitiva Freguesia de NS do Desterro de Tambi (P no mapa de 1830) foi criada em 1755 às margens do rio da Aldeia, afluente do Macacu à jusante do rio Caceribu por sua vez local da Vila de Santo Antonio de Sá (ou Macacú) (A) à qual a freguesia estava subordinada. Na margem oposta do rio da Aldeia havia um pequeno povoado que daria origem à Freguesia de Porto das Caixas (N).

Capela de Nossa Senhora do Desterro de Itamby, construída entre 1718 e 1732 [17] e que daria origem à Freguesia de mesmo nome. Ela ficava na atual localidade de Visconde de Itaboraí em frente a Porto das Caixas (hoje há no local uma modernosa capela com o mesmo nome).

Uma pista do que virá a seguir vem com a sessão de 16 de julho de 1834 do Parlamento Brasileiro onde se lê representação da Camara Municipal de Itaborahy para que (..) a igreja matriz de Itamby se mude para a de S. Bernabé “no lugar da extincta villa de S. Jose de El-Rei”. Sem decisão.

A próxima é da sessão da Presidencia da Provincia de 24 de julho de 1835 publicada no Correio Official de 24.07.1835 (…) para remover as Imagens e Alfaias da Parochia de Tamby, em ruína,  para a Igreja da Freguesia de S. Bernabé.

A  próxima informação que encontrei  sobre o local (imagem ao lado) está na transcrição da sessão da Assembleia Legislativa Provincial de 31.10.1836 [12] discutindo o projeto que propõe, em seu Art. 1º, a extinção da Freguesia de N. S. do Desterro de Tamby.

Na sequência, lemos que o artigo teve uma emenda, que, até a palavra “Tamby” foi aprovada (ou seja, sua extinção).

Apresenta-se a seguir várias emendas sobre destino “dos povos da extincta Freguesia”: reunir os povos na Freguesia de S. Bernabé” ou no Porto das Caixas, ou ainda metade em Itaborahy e metade na Freguesia de S. Barnabé.

Em votação, a sessão é adiada “para que se estude a melhor alternativa ouvindo os povos”.

Não possuo imagens

 

PARTE 2 – ITAMBY (Freguesia de Nossa Senhora do Desterro de Itamby)

Não encontrei na internet a sequência da discussão em sessões futuras, mas o IBGE informa que a Lei Provincial N.188 confirma a extinção da freguesia em 4 de maio de 1840. Mas no mesmo documento é também proposta a criação de uma nova unidade política – e aí temos duas informações conflitantes do mesmo IBGE:

  1. Em seu Anuário Geográfico de 1964-65 ao descrever o distrito do Itambi informa a “criação da Freguesia de NS do Desterro” em 1840. [11]
  2. A página IBGE de 2021 do município de Itaboraí “cria o Distrito de Vila Nova” (ao invés da anterior freguesia).

Na sequência, ambos possuem o mesmo texto: o distrito aparece em 1911 com o nome de Itambi, depois Vila Nova (1933), Vila Nova de Itambi (1937) e finalmente voltando a Itambi (1938), seu nome atual.

Qual será a realidade? Há um vácuo de 1840 a 1911 onde não temos certeza de como se chamou o distrito. Escolhi continuar com o nome anterior, substituindo Tamby por Itamby e assumindo a mudança de local para a antiga sede da antiga Vila Nova de São José d’El-Rei, extinta em 1833 como veremos mais adiante. Alguns motivos:

  1. Matérias na imprensa da Presidencia da Provincia,  Assembleia Legislativa Provincial, Diretoria de Instrução, etc. referem-se  sempre à Freguesia nas décadas de 1950, 1960 até meados dos ano 1970.
  2. O Almanack Laemmert, nas edições para 1862 a 1870, traz o verbete Freguesia Nossa Senhora do Desterro de Itamby com informações importantes na descrição do local:
    • A partir de 1868 informa-se o nome do agente da estação; com isso entendemos o local como Itamby, onde estação foi inaugurada em 1866.
    • A Freguesia tem um porto Villa-Nova ao lado da estação da EF
    • A Freguesia possui agencia postal, informando agente em 1869 e 1870.

  • O mapa abaixo é de 1866 [14] . Note a grafia do nome: “Itamby com “Villa Nova” entre parenteses. Isso se repetirá nos mapas até os anos 1890.

  • A estação ferroviária Vila Nova do Itambi é de 1866. Ela  tem uma história interessante, que é apresentada com mais detalhes no menu ferroviário na Linha 35. Resumindo, no projeto da EF do Cantagalo, foi definida como estação inicial a localidade de Porto das Caixas, tradicional porto de trânsito de mercadorias para o interior do estado. Após a inauguração da EF em 1860, verificou-se no entanto que o grande aumento de volume de mercadorias não era suportado pelo porto, cujo canal de comunicação com o rio Macacu ficava constantemente assoreado.

A solução foi prolongar a EF para o sul, à jusante do rio Macacu, onde o Porto de Vila Nova apresentava condições superiores. A inauguração da estação Vila Nova do Itambi aconteceu em 16 de novembro de 1866. Ela foi renomeada Itambi em 1892, novamente Vila Nova do Itambi em 1930 e Itambi em 1936. Veja tabela ferroviária no alto da página.

***

Correios

Chegamos finalmente ao nosso objetivo principal, ou seja, entender onde as agencias foram instaladas e a origem de seus nomes. Antecipo que mais adiante falarei da Vila Nova de S.José d’El-Rei cuja agencia já havia funcionado neste mesmo local até 1835.

  • A agencia postal Desterro do Itambi foi criada em 17 de outubro de 1862 [15]. Ela aparece nos roteiros de malas até 1874 simplificada como Itamby. Ao que tudo indica, esta foi criada na freguesia de NS do Desterro agora sediada na localidade de Itambi.
  • Vila Nova do Itambi aparece em nota do DG dos Correios na imprensa informando o “início de funcionamento” em 13.04.1874 de quatro agencias do correio nas estações da “EF Niterói a Vila Nova”, entre as quais esta. A nota não se refere especificamente à agencia que funcionava anteriormente no povoado, mas a apresenta como nova [16]. O mapa postal de 1888 a aponta como “Itamby”.
  • Itambi renomeada em 14.01.1941 no bojo de várias outras do RJ (DOU).

Carimbos de Itambi


Agencias Comunitárias em bairros de Itambi (Todas no local F no mapa)

ERJ 475A – AGC Grande Rio (1999-2004)
ERJ 475B – AGC Bairro Amaral (2000 – )
ERJ 475C – AGC Morada do Sol (2000 – )
ERJ 475D – AGC Bairro Cidade Gebara (2010 – )

Não possuo imagens


Local N no mapa


ERJ 476 – Porto das Caixas (1850-1997)
ERJ 477 – ACS Porto das Caixas )1997-1999)
ERJ 478 – AGC Porto das Caixas (1999 – )

 

Os Jesuítas chegaram à região em 1573, para explorar a sesmaria que lhes foi doada por Miguel de Moura. Subindo o rio Macacu encontraram o rio da Aldeia, seu afluente pela esquerda.  Nesse local está a origem da povoação com a construção em 1595 da capela dedicada a Nossa Senhora da Conceição. Essa capela seria substituída em 1718 por uma igreja de grandes proporções.

Sua localização estratégica a tornou o ponto de encontro das tropas do interior para embarque em seu porto. Na região havia também a Vila de Santo Antonio de Sá e o aldeamento de São Bernabé, ambos tambem descritos nesta página.

Foi anexada à  Itaborai em 1933, quando esta foi elevada à Vila, passando a ser seu maior porto. O local ficou conhecido por Porto das Caixas pela grande quantidade de mercadorias assim acondicionadas que por ela transitavam.

Em 1856 foi elevado a distrito (Freguesia de Nossa Senhora da Conceição do Porto das Caixas) do então município de Itaboraí, situação em que permanece atualmente.

Em 1860 foi o local escolhido para a estação inicial da EF Cantagalo, que seguiria para Sambaetiba e Santana de Japuíba já no município de Cachoeiras do Macacu, ambos locais cuja história está estreitamente ligada a Itaboraí.

A agência postal é anterior ao distrito. sendo criada em 1850. Em 1997 passou para o modelo  ACS (agencia do correio satélite) e a partir de 1999 para o AGC (agencia comunitária) ainda ativa.

Carimbos de Porto das Caixas

NOTA: Jean-Jacques Villard foi o tradutor para o francês das obras de Guimarães Rosa. Os dois mantiveram longa correspondência e, numa das cartas, Jean-Jacques menciona as aventuras de seu irmão Pierre Villard numa fazenda brasileira. Ver nota [18] ao pé da página.

 


Local S no mapa


ERJ 480 – Sambaetiba (1897)
ERJ 480A AGC Sambaetiba (1999)

A exemplo das demais localidades às margens da EF Cantagalo, Sambaetiba se beneficiou da situação logística e sua estação recebeu uma agencia postal em 1897. O Relatório Postal de 1898 já faz referência a uma agencia “Sambaetiba” e o Guia Postal de 1906, bastante detalhado, registra o verbete “Sambaitiba, est.-ag.”

O reconhecimento político veio em 1910 com a transferência da sede do distrito, que deixava a histórica Santo Antonio de Sá (foi o seu último suspiro). O registro está no site do IBGE: “em virtude da lei estadual n° 966 de 31 de outubro desse ano (1910) a sede distrital foi transferida para a povoação de Sambaetiba, passando o distrito a ter essa denominação”.

A agência dos correios de Sambaetiba foi desativada em 1999 e substituída por uma AGC – agencia comunitária – que permanece ativa (site dos Correios). Sucessora de uma história que completará em breve 200 anos. Não tenho imagens.

 


Local U no mapa


ERJ 482 –   Cabuçu (1969-2002)
ERJ 482A – AGC Cabuçu (1999 – )

Cabuçu é Distrito desde 15.12.1938 mas só  tenho conhecimento de agencia a partir de 1969, atualmente uma AGC.

ERJ 483 – São Jose (1969-202)
ERJ 483A  AGC São Jose (2002 – )

O bairro de São José no distrito de Cabuçu se destaca pela exploração do cimento que começou por volta do ano 1928 na área da bacia calcária de São José de Itaboraí. jazida forneceria matéria-prima para a indústria de cimento Portland que seria instalada na vizinha Guaxindiba, no município de Itaboraí (ver), a segunda maior do Brasil nessa época. Uma linha ferroviária seria construída ligando essas duas localidades.

Em 1984, a mineração encerrou suas atividades deixando uma cava de cerca de 70 metros de profundidade, que foi sendo preenchida por água (subterrânea e de chuvas), gerando um lago artificial. Em suas margens podem ser encontrados afloramentos onde  foram descobertos fósseis do Paleoceno e do Pleistoceno. Em 1990, a Prefeitura Municipal declarou a área de utilidade pública e, em 1995, foi criado o Parque Paleontológico de Itaboraí, através da Lei Municipal nº 1.346/95 (wikipedia).

A agencia postal é de 1954 e atualmente funciona como AGC.

 


Local X no mapa


ERJ 484 – Cassarotiba (1885-1885)
ERJ 486 – Pachecos (1885 -1963)
ERJ 485A – AGC Pacheco (1999 – )
ERJ 485B – AGC Muriqui (1999 – )

Cassarotiba tem seu nome derivado da Serra de Cassorotiba. Sua agencia é antiga mas teve vida efêmera de poucos meses, quando foi renomeada Pachecos. Este é sede de Distrito em Itaboraí desde 1993. Fica à margem da RJ-114 que liga Itaboraí a Maricá.


Local P no mapa


ERJ 486 – Visconde de Itaboraí (1963-1981)
ERJ 486A – AGC Visconde de Itaborai (1999 – )

Elevado a distrito em 1993 com território desmembrado de Itambi. Já falamos dele ao contar a história da extinta Freguesia de Tamby, cuja capela inicial ficava no território da atual localização de Visconde de Itaboraí.

Foi também servido pela linha ferroviária do Ramal de Niterói, sendo a próxima estação depois de Itambi e construída em 1874. Sua agência postal é de 1963 e atualmente uma AGC.

Seu nome homenageia Joaquim José Rodrigues Torres (1802-1872) que consta ter nascido em Porto das Caixas, onde seu pai era fazendeiro. Formado em Matemática em Coimbra, retornou ao Brasil como Professor. Depois entrou para a política onde foi Ministro, Deputado, Senador  e Presidente da Província. Entrementes, presidente do Banco do Brasil por dois períodos.


ERJ 487 – Marambaia é localidade junto à Manilha. Possui agencia recente e por pouco tempo (Local W no mapa)

ERJ 488 – AGC Manilha é distrito de Itaboraí desde 1993. Importante entroncamento rodoviário entre Itaboraí e São Gonçalo, tem uma agencia AGC desde 1999. (Local R no mapa)

Não possuo imagens


Notas e Fontes:

[1] Carta Topographica de Manuel Vieira Leão, 1767 (Biblioteca Nacional, RJ)
[2] “Os jesuítas, os índios e a capitania do Rio de Janeiro: usos e sentidos do espaço”. Tese de Eunícia B.B. Fernandes (Professora de Pos-Graduação da PUC-Rio) apresentada no XXVI Simpósio Nacional de História – ANPUH • São Paulo, julho 2011.
[3] http://www.pensario.uff.br/node/120
[4] http://www.puc-rio.br/pibic/relatorio_resumo2009/relatorio/his/livia_u.pdf
[6] Mapa de 1830 Lithographia Schlicht (Biblioteca Nacional, RJ)
[8] Corographia Brazilica ou Relação historico-geografica do Reino do Brazil, do padre Manuel Aires de Casal, foi a primeira corografia impressa no Brasil, no ano de 1817. (Wikipedia)
[9] Coleção de Leis do Imperio, 1833, pagina 28
[10] Quadro de partida dos Correios, Freguesia de S. Bernabe – imagem do J. Commercio de 15.03.1834

[11] Anuario IBGE 1964-65
[12] Transcrição da sessão da AL na edição de 2.11.1836 do J. Commercio
[13] Transcrição da sessão da AL na edição de 21.04.1846 do J. Commercio
[14] Mapa de 1866 Laemmert & Cia (Biblioteca Nacional RJ)
[15] Administrações e Agencias Postais do Brasil Império 1798-1869 Nova Monteiro 1934.
[16]  Diario do Rio de Janeiro,13 de abril de 1874.

[17] A imagem é do site do ACMN – Arquivo da Cúria Municipal de Niterói (https://acmnit.wixsite.com/acmn/ns-desterro-itambi). A data é do site da Paróquia de São João Batista de Itaboraí (https://obatistaitaborai.com.br/nossa-historia/)

[18]

Ao pesquisar sobre Pierre Villard, na fazenda Macacu, encontrei uma tese de pós-graduação apresentada na USP em 2011 por Vera Theodozio. Como se lê no resumo, a autora apresenta a correspondência trocada nos anos 1960 entre Guimarães Rosa e, entre outros, com seu tradutor para o francês, Jean-Jacques Villard. Este, em uma das missivas, datada de 1º de maio de 1963, discorre sobre as aventuras de seu irmão Pierre Villard na antiga Fazenda Macacu em Itaboraí presumivelmente nos anos 1930, data da carta em tela trocada entre os irmãos.

Guimarães Rosa assumiu a cadeira nº2 da ABL em 6 de agosto de 1963.


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