Linha 21 EF Rio do Ouro

Linha 21 – Estrada de Ferro Rio do Ouro [1]

Nos anos 1870, o crescimento da cidade do Rio de Janeiro esgotou a capacidade de geração de água do maciço da Tijuca, tornando necessária a busca de novos mananciais. O local escolhido foi a serra do Tinguá, mais precisamente o rio d’Ouro, onde estariam os reservatórios. A distância da Corte exigia a construção de uma ferrovia para o transporte de material de construção. A linha tronco seguia paralela à EFDP2º e foi construída no ano de 1876. Ficou conhecida por ramal de São Pedro (atual ramal de Jaceruba, ambos denominaram a estação terminal 21.52).

Com o fim das obras, foi aprovado em 1880 o estabelecimento de um serviço de passageiros inaugurado em 15 de janeiro de 1883.

Em 1885 iniciou-se o Ramal do Tinguá – entre Cava e Tinguá – em busca de novos mananciais, entregue em 3 de outubro de 1886 (data da estação 21.43, ponta da linha). Algumas agencias postais foram criadas nas estações, entre as quais eu citaria Iguassú, antiga capital do município (que não está indicada no mapa, junto ao rio Iguaçu). O mais extenso dos ramais, o de Xerém, entre o Brejo (Belford Roxo) e Xerém foi aberto em 22 de setembro de 1911 e a estação terminal 21.35 é dessa data. Uma série de sub-ramais foram construídos mais tarde, mas nenhum teve agencia, motivo pelo qual não constam da tabela abaixo.

Nota [1]: o mapa foi extraído do livro A Formação das Estrada de Ferro no Rio de Janeiro, de Helio Suêvo Rodrigues, publicado em 2004, no qual o texto foi também baseado.

A nova estação inicial de Francisco Sá na Praia Formosa

Em 1922 a EFRO tomou uma decisão radical para agilizar sua operação de cargas e passageiros ao abandonar a linha que vinha do Caju (linha verde pontilhada no mapa) e  construir a nova estação inicial “Francisco Sá” na Praia Formosa (R2) cuja linha seguiria para a estação Benfica em paralelo com as outras ferrovias (linha verde no mapa). Nesse local já havia a estação da EFCB, da Linha Auxiliar e da Linha do Norte.

Mapa Antonio Prado de 1928 com anotações do autor

A estação Francisco Sá é a única dessas a permanecer em pé, embora abandonada e em más condições, como se vê na imagem.


Correio Ambulante

A ferrovia não teve carimbos ambulantes.


Agencias Ferroviárias

“Agencia ferroviária” é o termo usado pelos filatelistas para designar agencias postais instaladas em estações ou próximas a elas.  Oficialmente o nome não existe, já que são agencias regulares dos Correios administradas por um agente postal subordinado à mesma estrutura das demais agencias fixas. O fato de constar “Estação” ou “Est.” nos carimbos é simplesmente um indicador de sua localização. Listar essas agencias nesta página tem objetivo de apoio aos colecionadores (entre os quais me incluo). No entanto, a exemplo das agencias regulares, cada uma delas tem sua história e imagens dos carimbos nos seus respectivos municípios.

Na tabela, os ramais de Xerem e Tingua estão listados na linha tronco e não como linha  separadas. Vale ainda registrar também que a estação/agencia de Inhauma (21.10) está na variante e não na linha original, conforme veremos mais abaixo. Essas agencias estão com fundo em amarelo para destacá-las.

A estação/agencia da Pavuna (21.28) tem uma história interessante que está contada em artigo especial no menu de História Postal “Pavuna e Meriti“.

 

A variante da E F Rio do Ouro

O mapa abaixo com desenhos do autor sobre guia de ruas atual permite ver em vermelho a variante de 1898 e a linha original da ferrovia construída em 1883. A variante, com traçado mais retilíneo, sai da estação Liberdade e chega a Engenho do Mato, duas estações da linha original. No trajeto há apenas uma estação, a de Inhaúma, cuja agencia postal é um pouco mais antiga que a linha (16.05.1895).

Clicando no mapa pode-se ver mais detalhes, como os traçados das linhas do Centro e da Auxiliar, bem como a EF do Norte.


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