Macae

MUNICÍPIO DE MACAÉ

A vila de São João de Macaé tem origem antiga, tendo sido constituída já em 29 de julho de 1813, com território desmembrado de Cabo Frio e Campos dos Goytacazes. O município de Macaé foi criado no ano seguinte, em 25 de janeiro de 1814 e sua sede foi elevada à cidade em 15 de abril de 1846 (IBGE). 

***

Histórico dos distritos (IBGE, 2013) 

    • São João de Macaé (1815)
      • Macaé (1846) elevado a cidade
    • São José do Barreto (1857)
      • Barretos (1911)
      • São José do Barreto (1933)
      • Cabiúnas (1938)
      • Barra de Macaé (1969)
      • Extinto em 1998, passando a subdistrito
    • Arraial do Frade (1862)
      • Glicerio (1910)
      • Frade (1933)
      • Glicerio (1938)
      • Crubixais (1943)
      • Glicerio (1951)
    • Cachoeira (1892)
      • Salto (1906)
      • Vargem Alta (1910)
      • Cachoeiras (1911)
      • Vargem Alta (1933)
      • Cachoeiros (1938)
    • Sana (1902)
    • Neves (1911)
      • Iriri (1938)
      • Córrego do Ouro (1964)
    • Frade (2004)

Desmembrados em 1952 para formar o município de Conceição de Macabu

    • Conceição de Macabu (1855)
      • Macabu (1938)
      • Conceição de Macabu (1943)
    • Paciencia de Macabu (1931)
      • Macabuzinho (1938)

Desmembrado em 1983 para formar o município de Quissamã

    • Quissamã (1813)

Desmembrado em 1995 para formar o município de Carapebus

    • Carapebus (1842)

AGÊNCIAS POSTAIS

REDE FERROVIÁRIA

Macaé tornou-se importante porto e entroncamento ferroviário, com a construção do trecho Macaé a Campos em 1874 (à direita no mapa), da Linha do Litoral em 1888 (canto inferior esquerdo) e do Ramal do Glicério em 1891 (direção noroeste). Nesses traçados originaram-se diversas agências do município. O mapa abaixo é de 1958 e mostra as três ferrovias assinaladas EFL – Estrada de Ferro Leopoldina, empresa que as consolidou na virada do século (fonte: IBGE). A tabela mais abaixo foi extraída do menu ferroviário neste site.

Entroncamento de Macaé (c) (IBGE: Enciclopédia dos Municípios Brasileiros, vol. VII, 1958).


FATOS, HISTÓRIAS E IMAGENS SOBRE AS AGÊNCIAS


A Capitania de São Tomé

A região de Macaé englobava os atuais municípios de Casimiro de Abreu, Rio das Ostras, Carapebus e Conceição de Macabu. Sua história é vinculada a Campos dos Goytacazes com o qual fez parte da Capitania de São Tomé, cuja história está contada na página de Campos, que vale conhecer.

As Primeiras Freguesias

Na época da fundação da vila de Macaé havia três freguesias: a de São João de Macahé (cidade, indicada em laranja no gráfico), a de N.S. das Neves e Santa Rita (abrangendo Neves, Frade, Macabu, Sana e Cachoeiros, em amarelo) e a de N.S. do Desterro de Capivary (abrangendo Quissamã, Carapebus e Barreto, em azul). O mapa-base é o de Bellegarde 1861 da Hemeroteca da BN.

A mais antiga da região teve origem no Curato Nossa Senhora do Desterro que foi criado em 1694 na fazenda do capitão Luís de Barcelos Machado na “ilha” do Furado na Lagoa Feia, aproximadamente no local assinalado com um circulo preto. Em 1732 a sede da fazenda foi transferida para a localidade de Capivary.  A capela também transferida foi elevada a igreja-matriz e originou a Freguesia de Nossa Senhora do Desterro de Capivary criada em 1755. A igreja-matriz  estava em ruínas quando foi transferida em 1795 para a capela situada no interior da Casa da Fazenda Mato de Pipa de propriedade do capitão Manuel Carneiro da Silva. Seus descendentes edificaram uma nova igreja-matriz, concluída em 1815, que deu origem à nova freguesia de Nossa Senhora do Desterro de Quissamã (circulo vermelho A no mapa; o texto é baseado no verbete Quissamã da Wikipédia).

Segunda mais antiga, a freguesia de Neves se originou no século XVII quando o bacharel jesuíta Antônio Vaz Pereira, missionário apostólico, conseguiu catequizar os índios Saracurus e Guarulhos, que habitavam os sertões dos rios Macaé, São Pedro e Macabu. Em 22 de dezembro de 1795 foi elevada a freguesia, existindo então uma pequena capela, mas a freguesia só foi instituída em 1803 (circulo vermelho B no mapa; o texto é baseado no verbete NS das Neves da Wikipedia)

O terceiro, também fundado pelos jesuítas no início do século XIX com a construção da Igreja de Sant’Anna, é o atual núcleo urbano de Macaé, desmembrado de Campos dos Goytacazes e elevado à categoria de vila de São João Batista de Macaé pelo Alvará Régio de 29 de julho de 1813. O nome homenageia o então Vice-Rei D. João VI.

***

Nos anos 1970 a exploração de petróleo na bacia de Campos trouxe forte impacto na demografia e economia da cidade, com todas as benesses e problemas decorrentes.

Macaé teve sua agência criada ainda em data pré-filatélica, em 13/11/1824, entre as dez mais antigas do estado (data ref. NM), já na condição de município emancipado. É também notável o numero de agencias postais registradas ao longo da sua história: nada menos de 44.  O nome de batismo Macahe deriva do rio homônimo, que em tupi significa rio dos bagres. As demais agencias serão descritas nos textos abaixo.

 


Local 1 no mapa


ERJ 570 – Macaé (1824 – )



ERJ 571 – Imbetiba, estação (1875-1926)

Em 3 de fevereiro de 1870, a Cia. EF Macaé e Campos recebeu a concessão para a linha de navegação a vapor entre o porto do Rio de Janeiro e o de Imbetiba, em Macaé. Este último, à época, era o quinto maior porto do país em volume de movimentação de carga, atendendo a circulação de exportação e importação de mercadorias de e para o interior da região norte fluminense pelo canal Campos-Macaé.

A estação, inicial da linha, foi inaugurada em 2 de agosto de 1874 e a agencia postal local em 1875.

Hoje o local, que incluía a oficina de locomotivas, é ocupado pela sede da Petrobras.


Agencias terceirizadas da sede do município

ERJ 572 – ACF Avenida (1996-2013)
ERJ 572A – AGF Mundial (2013 – )
ERJ 573 – ACF Lider (1996-2013)
ERJ 573A – AGF Lider Macae (2013 – )


ERJ 574 – AC Ana Benedita – tenho um único registro dessa agencia, aparentemente oficial, no GP de 1996, na rua de mesmo nome, bairro de Cavaleiros.


As AGC de Macaé


As AGC (Agencias Comunitárias) são criadas por convenio entre a Prefeitura e o DCT e publicados no DOU.

No caso de Macaé, que teve uma coleção delas, encontrei matéria publicada em 01/03/2007 no site da Prefeitura. Transcrevo resumidamente para ilustrar a visão na implantação de uma AGC. Todos os locais citados na matéria tiveram de fato agencias AGC criadas e que constam deste site (por alguma razão, todas essas foram fechadas em 2016). Aa que permanecem abertas estão em sede de distritos.

O prefeito de Macaé (…) inaugurou nesta quinta-feira a Agência Comunitária de Correio do Complexo da Ajuda, com a presença (…) e de representantes dos Correios das regionais de Campos e Macaé (…)

A instalação da ACG no Complexo da Ajuda é resultado da parceria formada entre a prefeitura de Macaé, através da secretaria de Assistência Social, com a ECT, para implantação do Projeto de Agência de Correio Comunitário nos bairros periféricos. O convênio tem também o apoio das Associações de Moradores.

Para o prefeito (…) a instalação da Agência Comunitária de Correio nas localidades da periferia vai beneficiar aos moradores, agilizando a entrega de correspondência (…).

Na AGC do Complexo da Ajuda estão trabalhando cinco funcionários, todos residentes na localidade. A Agência abre de segunda a sexta-feira, de 09 às 17 horas. (…) outras comunidades, como Lagomar, São José do Barreto, Aeroporto, Virgem Santa, Barra também terão AGCs, atendendo ao compromisso que o governo tem com o social, para o desenvolvimento, melhoria da qualidade de vida e bem-estar coletivo.”

No total, criou-se 13 agencias desse tipo ao longo do tempo, das quais quatro foram criadas em locais que não tiveram agencias anteriores, as quais agrupei abaixo:

MRJ 575 – AGC Virgem Santa (2007-2016) – Local 2 no mapa
MRJ 584 – AGC Complexo da Ajuda (2000-2018) – Local 8 no mapa
MRJ 589 – AGC Lagomar (2007-1016) – Local 10 no mapa
MRJ 595 – AGC Trapiche (2006- ) –  Local 14 no mapa

A única destas da qual possuo um exemplar é a do Complexo da Ajuda, que por sinal foi o tema do nota da Prefeitura copiada acima.


ERJ 576 –  Imboassica, estação (1889-1926) (Local 3 no mapa)

A estação era do Ramal do Rio Bonito, próxima a Macaé, inaugurada em 4 de novembro de 1888; a agencia foi criada em 05.01.1889. À beira da lagoa de mesmo nome, Imboassica é hoje praticamente um bairro de Macaé. Sem imagens.


ERJ 577 – Almeida Pereira, estação (1891-1940) (local 4 no mapa)

Outra estação, esta a primeira no Ramal de Glicério. Inaugurada em 7.4.1891 e a agencia em 31.7.1891 e instalada no prédio da estação.


Local 5 no mapa


ERJ 578 – Barra de Macaé (1985-1989)
ERJ 578A – AGC Barra de Macaé (2002-2016)

Agencia de 1985, transformou-se em AGC mas fechou em 2016. Foi sede de distrito de 1969 a 1998, quando foi extinto e reincorporado a Macaé.


Local 6 no mapa


ERJ 580 – Aeroporto (1996-1996)
ERJ 580A – AGC Parque Aeroporto (2007-2016)

O Aeroporto de Macaé, conhecido como Aeroporto Joaquim de Azevedo Mancebo, tem grande vocação para voos de helicópteros vindos de plataformas localizadas ao longo da Bacia de Campos e voos comerciais para o Rio de Janeiro. A exemplo da agencia anterior também fechou em 2016 (ver MRJ 575).


Local 7 no mapa


ERJ 582  – São Jose do Barreto
ERJ 582A –  AGC São Jose do Barreto

O IBGE informa que o distrito (Freguesia) de São Jose do Barreto foi criado em 15 de outubro de 1857 e anexado a Macaé. De 1911 a 1933 aparece como Barretos e em 1938 como Cabiunas (*). Continuando, em 1969 o distrito é renomeado Barra de Macaé (ou sua sede transferida para) e finalmente extinto em 1998.

Em 2007 temos notícia da criação de uma AGC São José do Barreto, na mesma localidade, que agora é simplesmente um bairro de Macaé. Mas, a exemplo das duas AGC anteriores, também fechou em 2016 (ver MRJ 575).

Resumindo, o local foi uma importante freguesia em meados do século XIX. Tinha escola pública e projeto de arruamento. Sua agencia postal consta do “Relatorio das Agencias Postais do Imperio” de 1885 como criada em 1870 (data que adotei). Entretanto, a Almanaque Laemmert já a cita em 1867, com agente vago; este já aparece em 1868 – o Sr. José Maria de Souza Vargas. Fica o registro. A agencia já não consta nos relatórios de malas em 1886.

(*) Apesar de o IBGE falar em renomeação, faz mais sentido que a sede do distrito tenha sido transferida para essa localidade – uma estação da EF Macaé e Campos inaugurada como Santana de Macabu em 1874 com agencia própria desde 1877 e posteriormente renomeada Cabiunas. Essa agencia tem uma interessante história que está contada no próximo bloco (ERJ 585).

 


Local 9 no mapa


ERJ 585 – Sant’Anna de Macabu (1877-1892)
ERJ 586 – Cabiunas (1892-1912)
ERJ 587 – Sant’Anna (1912-1916)
ERJ 588 – Cabiunas (1916-1978)

Introdução

Não encontrei o topônimo “Santana de Macabu” (na grafia da época Sant’Anna de Macabú) em documentos históricos ou geográficos. Em contraste, a referencia a uma agencia com esse nome na literatura postal é relativamente extensa e na ferroviária há também informações sobre uma estação “Sant’Anna”. Sobre estas discorrerei a seguir.

1832: a primeira referência (equivocada, como veremos)

A primeira referência que conheço está no relatório “Agencias do Correio do Imperio” publicado em 1885 [1], que traz as datas de criação das agencias além de dados gerais de 1880 a 1884. Seguem imagens da capa e da página onde consta a agencia:

Esse relatório, que apresenta dados normalmente bastante confiáveis, lista a “freguesia de Sant’Anna de Macabú” (sic) como freguesia e agencia de 3ª classe criada em 1832. Na minha opinião, um grande equívoco ao confundi-la com a agencia de  Sant’Anna de Macacú” (de fato “Sant’anna da Santissima Trindade”) criada em Santo Antonio de Sá nessa data, conforme Nova Monteiro (vide artigo Municípios Extintos” em História Postal). Esta sim uma freguesia, e não uma estação.

Ainda para confirmar, não há outro registro dessa agencia ou dessa localidade em documentos da época. Por exemplo, ela não consta do Diccionario geographico, historico e descriptivo, do imperio do Brazil publicado em 1845 [2], nem do Guia Postal de 1856 [3] – nesse último, seja como agencia ou como localidade (NA: mas este traz Santana da Santissima Trindade).

1875: a data de criação da agência

De fato, a primeira menção a uma agência com esse nome só viria a aparecer no artigo de 1958 na revista Brasil Filatélico de autoria do colega Itamar Bopp [4]. Nesse artigo, ele relaciona as agencias do estado do Rio ativas em 1875, entre elas “Sant’Anna do Macabú”. Essa é a data que adotei no site, verbete ERJ 585. É claro que a agencia pode ter sido criada antes, mas não consegui a informação.

Nota: nesse mesmo verbete, Bopp aponta o local como freguesia e informa a data de sua criação pela lei provincial n° 517 em 4 de maio de 1850. Teria sido uma ótima referência mas, infelizmente, houve um equívoco do colega, visto que a referida lei trata de fato da criação da freguesia de Santana do Japuíba, no município de Santo Antonio de Sá, atual Cachoeiras de Macacu [5].

Por outro lado, faz sentido a existência de agencia em 1875, uma vez que a estação no local foi inaugurada poucos meses antes, conforme veremos a seguir.

1874: a EF Macae e Campos  e a estação Sant’Anna

A inauguração do segundo trecho da EF Macae e Campos (Macaé-Santa Fé de Macabu) aconteceu em 10.10.1874 [6]. A primeira menção à estação encontrei no documento Nomenclatura Corographica de 1878: “Estação de Santa Anna, EF Macahe e Campos” [7]. O mesmo verbete aparece no Guia Postal de 1880 [8].

Os mapas que apresento abaixo indicam o local da estação “S. Anna” nessa linha. Note que, no primeiro, Macahe e Carapebus têm anotação de cidade, enquanto S. Anna de estação. O mesmo acontece no de 1892. Esse local no futuro será o da localidade de Cabiunas como veremos a seguir. Note ainda que nesse mapa aparece a freguesia de Barreto, futuramente sede de distrito, como também veremos adiante.

Qual teria sido a razão da escolha desse local para estação?

Mapa postal de 1888 Diretoria dos Correios (imagem BN)

Mapa 1892 Laemmert & Cia (imagem IHGB)

1892: a estação de Cabiúnas

Em 14 de setembro de 1892 a Leopoldina publica aviso de renomeação de uma série de estações, inclusive a de Sant’Anna para Cabiunas [9]. Como já encontrei Cabiunas citada nas linhas de malas do Relatório Postal de 1893, é de se supor que a agencia tenha acompanhado a mudança da estação. O Guia Postal de 1906, muito detalhado, confirma no verbete Sant’Anna de Macabu “vide Cabeunas” e, neste, “antiga Sant’Anna de Macabu”.

Conclusões e situação atual

Como se deduz pela nomenclatura ferroviária, a localidade deve ter se chamado originalmente Sant’Anna (embora, repito, dela não tenhamos nenhum documento). Por ser um nome muito comum, os Correios, para diferenciá-la ao criar a agência, devem ter adicionado ao nome o aposto “de Macabu” – comum na região. Como vimos, a partir de 1892 a estação adotou o nome de Cabiúnas enquanto a agencia ainda retornou ao nome original por algum tempo até que em 1916 alinhou definitivamente seu nome ao da estação. A agencia existiu até 1978, última vez que constou em um Guia Postal.

O IBGE nos informa que em 1857 na região foi criado o distrito de São José do Barreto (nº7 no mapa), renomeado Cabiúnas em 1939 (nº9) e Barra de Macaé (nº6) em 1969. Em 1998 o distrito foi extinto e hoje o local abriga uma zona industrial ligada ao setor petrolífero.

Tabela resumo

Notas e informações sobre Sant’Anna de Macabu

[1] Tabela de agencias do Império publicada em 1885. Organizada pela Fefibra.
[2] Por J. O. R. Milliet de Saint-Adolphe, publicado pela Casa J. P. Aillaud Paris, 1845
[3] Administração e Agencias do Brasil em 1856 publicado no Rio de Janeiro por Nicolau Lobo Vianna & Filhos.
[4] Artigo “Correios na Província do Rio de Janeiro” publicado no Brasil Filatelico nº118 em junho de 1958 pelo filatelista Itamar Bopp. Nesse artigo, Bopp apresenta uma lista das 92 localidades que possuíam agencias postais ativas no ano de 1875. Em cada uma delas, o autor aponta a data da criação da localidade e o respectivo documento oficial.
[5] Lei nº 517, de 4 de maio de 1850 – Art.1º O arraial de Sant’Ánna termo de Santo Antônio de Sá, é erecto em freguezia, com a mesma denominação. Art.2º O território da nova freguezia será desmembrado do da freguezia da Santíssima Trindade, e terá os limites que forem marcados pelo Presidente da Província, com approvação da Assembleia Legislativa Provincial. Art.3º A nova freguezia ficará pertencendo ao município de Santo Antônio de Sá, servindo-lhe de matriz a capella de Zózimo Ferreira da Silva, que para esse fim cede. (JUNIOR, Desidério Luiz de Oliveira. Estado do Rio de Janeiro – Legislação sobre os municípios, comarcas e distritos 1835 – 1925. Rio de Janeiro: Typ. do Jornal do Commércio, 1926). Citado por Vinicius Maia Cardoso em seu artigo sobre Cachoeiras de Macacu (2016).
[6] Materia no Diario do Rio de Janeiro, edição de 14 de outubro de 1874.
[7] Nomenclatura Corograhica do Imperio do Brazil. Annexo -A- da Guia Postal. Typographia Nacional, Rio de Janeiro 1878.
[8] Guia Postal do Imperio do Brazil – Publicação Official – Typographia Nacional, Rio de Janeiro 1880.
[9] Nota da “Cia. EF Leopoldina” de 14 de setembro de 1892 publicada em O Paiz, ed. de 15/9.

 


Local 11 no mapa


ERJ 590 – Nossa Senhora das Neves (1881 – ND) e (1891-1963)

macae-1892-mapa-politico

Reproduzo o texto da introdução do município no alto da página: Segunda mais antiga do município, a freguesia de Neves se originou no século XVII quando o bacharel jesuíta Antônio Vaz Pereira, missionário apostólico, conseguiu catequizar os índios Saracurus e Guarulhos, que habitavam os sertões dos rios Macaé, São Pedro e Macabu. Em 22 de dezembro de 1795 foi elevada a freguesia, existindo então uma pequena capela, mas a freguesia só foi instituída em 1803 (circulo vermelho B no mapa; o texto é baseado no verbete NS das Neves da Wikipedia)

Em 1938 o distrito seria renomeado Iriri e, em 1964, a sede do distrito seria transferida para a Vila de Córrego do Ouro, mais próspera e também localizada na área do antigo distrito. A agencia postal, criada em 1881, seria fechada nessa época.


Local 12 no mapa

 


ERJ 591 – Córrego do Ouro (1976-2002)
ERJ 591A – AGC Córrego do Ouro (2002 – )
ERJ 592 – AGC Porto do Carro (2002-2007)

Córrego do Ouro recebeu a sede do distrito de Iriri (antigo N.S. das Neves) em 1964. Sua agencia postal, no entanto, só consta a partir do GP de 1976, que em 2002 passa ao modelo AGC; continua ativa.

As duas AGCs têm seus contratos publicados no DOU de 6/2/2002 “para atender a população de Córrego do Ouro”. Não entendi a existência de duas AGC no mesmo local.

NA: há agencia com mesmo nome em S. Pedro da Aldeia (MRJ 1319) DCA 2011


ERJ 594 – Mundéus, estação (1891-1907) Local 13 no mapa

Segunda estação do Ramal de Glicerio, inaugurada em 1891. A agencia é também do mesmo ano, mas fechou em 1907. Não possuo imagens.


ERJ 595 – AGC Trapiche (2006 – ) Local 14 no mapa

Criada em 2006, está ativa. Trapiche é local turístico na serra macaense.


Local 15 no mapa 


ERJ 596 – Glicério, estação (1891-1943)
ERJ 597 – Crubixais, estação (1944-1952)
ERJ 598 – Glicerio (1952-2006)
ERJ 599 – AGC Glicerio (2006 -)

Glicério é a ponta de linha do “Ramal de Glicério” e sua estação é de 7.04.1891. A agencia é de 31 de julho do mesmo ano e instalada no prédio da estação. Ambas foram renomeadas Crubixais em 1943.


Local 16 no mapa


ERJ 600 – Frade (1881-1914)
ERJ 600A – AGC Frade (2007-2016)

Pico do Frade. Macaé/RJ. Data 14/02/2013. Foto Ana Chaffin / Prefeitura de Macaé

Frade é ponto turístico localizado nos contrafortes da serra de Macaé. O ponto culminante do município é conhecido como o Pico do Frade. Frade é distrito de Macaé desde 2004.


Local 17 no mapa


ERJ 602 – Sana (1905-1963)
ERJ 603 – AP Sana (1996)
ERJ 604 – AGC Sana (2006 – )
sana

Embora a imagem de Macaé esteja hoje associada ao mar e à exploração de petróleo, vale registrar que o município possui um extenso território junto à região serrana do estado do Rio. Aí se destaca a vila de Sana, atração turística associada a esportes ao ar livre, com suas inúmeras cachoeiras, entre as quais a registrada na imagem abaixo. O mapa no alto da página ajuda também a visualizar a portentosa bacia hidrográfica do rio Macaé (local de Sana nº 17). 

A agencia Postal é de 1905, constando como fechada em 1963. Curiosamente, o GP de 1996 traz uma “AP Sana” como menção isolada. Finalmente, uma AGC aparece em 2006 e está ativa.

Sana é distrito de Macaé desde 1902.


Local 18 no mapa


ERJ 605 – Cachoeira de Macae (1892-1941)
ERJ 606 – Cachoeiros (1941-2002)
ERJ 607 – AGC Areia Branca (2006-2018)

Como toda cidade “cachoeira”, também é conhecida por Cachoeiras de Macaé ou Cachoeiro de Macaé. Tenho um único exemplar, de 1896, apresentado abaixo (imagem cedida por Claudio Coelho). Note que a legenda inferior reza “(EST.)”. Como é possível ter estação, já que se trata de uma localidade que nunca foi servida por ferrovia (nº 18 no mapa superior)?

A imagem seguinte é do Guia Postal de 1906, o mais próximo da data do carimbo em questão. Vê-se que a mala vem pela Leopoldina até Rocha Leão e segue ao destino por estafeta. Seria um posto avançado na estação? Não faz sentido, pois Rocha Leão tem sua própria agencia desde 1888 (ERJ 1120).O caso não é o único no estado, uma vez que Córrego da Prata no município de Carmo apresenta a mesma situação (ERJ 362). Mistério.

Com relação ao nome do distrito, é divertido acompanhar a história, seguindo o IBGE: “O distrito de Cachoeira é criado em 1892” como se vê no fac-simile:

É renomeado Salto em 1906, Vargem Alta em 1910, Cachoeiras em 1911, novamente Vargem Alta em 1933 e Cachoeiros em 1939, nome atual. O Boletim Postal foi cuidadoso em registrar a criação da agência sem a nominar. Simplesmente disse que “foi criada uma agencia no lugar denominado “Cachoeiro” no distrito de Macahé. Mas, mesmo assim, errou (ou foi o IBGE?). Segue fac-simile:

Finalmente, a AGC recebeu o nome de Areia Branca, uma localidade um pouco a jusante no rio Macaé.

 


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