Linhas 3 e 5 – EF Cachoeiro ao Alegre e Castelo

O levantamento histórico dessa linha é complicado. A primeira concessão, com o nome EF Cachoeiro de Itapemirim, foi feita para o Capitão Henrique Deslandes  em 31.03.1882. Este pediu prorrogação em 1883 e em 1885 a concessão foi repassada para dois outros empresários até ser transferida para a Cia. de Navegação ES e Caravellas em 05.05.1885 e aprovada pelo presidente da Provincia em 11.11.1885. Os trabalhos começaram em 6 de janeiro de 1886.

Dada a dificuldade de entender a profusão de nomes e os processos jurídicos de constituição da empresa responsável pela EF, utilizo os termos do texto do engenheiro fiscal da Provincia publicado na primeira página do Cachoeirano em 9 de outubro de 1887 [v. nota1]. A “Estrada de Ferro do Cachoeiro de Itapemirim ao Alegre e Ramal do Castello” vai ser em breve entregue ao tráfego pela cessionária, a “Companhia de Navegação e Estrada de Ferro Espírito Santo e Caravellas”.

A primeira estação ferroviária entregue foi a “Matozinhos” que homenageava o presidente da Caravellas, o Conde de S. Salvador de Mattozinhos. Nesse ponto, a linha se bifurcava, seguindo para o norte o Ramal de Castello e para o oeste na direção de Alegre, até a estação de Pombal. Todo esse traçado foi inaugurado em 16 de setembro de 1887.

Nessa data, a companhia entrou em dificuldades financeiras. Resumindo, a linha foi adquirida pela Companhia Leopoldina em 12.03.1908, que retomou as obras por volta de 1910 ao reformar a estação de Pombal que era a ponta de linha. Ela foi renomeada Reeve, nome então da estação ponta de linha da EF Sul do ES, uma empresa estatal que vinha de Vitória e havia pelos mesmos motivos sido interrompida em Mathilde. Essa linha também foi comprada pela Leopoldina que, ao construir uma nova estação em Mathilde, decidiu manter a homenagem ao engenheiro Carlos Reeve transferindo seu nome para a estação de Pombal (essa história está detalhada na Linha 1).

A ferrovia chegou finalmente ao Alegre em 1911 e à divisa com Minas Gerais em 1913 com conexão em Espera Feliz à Linha de Manhuaçu (também parte da rede Leopoldina), desse modo permitindo ligação ferroviária Carangola a Cachoeiro de Itapemerim e portanto à Linha 1.

O aviso publicado no O Jornal em abril de 1931 mostra que a Leopoldina, proprietária da rede ferroviária principal do Espirito Santo, operava na época uma “linha expressa” entre Vitória e Carangola, ou seja, entre a Linha 3 e um trecho da linha Linha 1 com conexão em Cachoeiro (que está grafado como Itapemirim na tabela de horários).

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Nota 1 Reproduzo as imagens do Cachoeirano de 09.10.1887

            

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Correio Ambulante

Os tres carimbos são de ambulantes na linha, sendo o EES 1731 o primeiro, pela sua data, provavelmente da linha Cachoeiro a Alegre.

 

Os dois seguintes já são do trecho até MG.


Os carimbos de pernoite em Cachoeiro são provavelmente relativos à linha Vitória-Carangola. Eu os apresentei na Linha 1 e agora repito na Linha 3.

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Agencias Ferroviárias

Agência Ferroviária é a denominação que utilizei para uma agencia postal instalada dentro, ou próxima a uma estação ferroviária. Elas se subordinam à estrutura regular dos Correios.

  • A lista das estações nas tabelas abaixo só registra as que tiveram agencias ferroviárias.
  • As linhas acompanham a sequência das estações na linha. Se a estação tiver sido renomeada ao longo do tempo, esses nomes serão apresentados cronologicamente (é o caso da estação Pombal, campeã de renomeações; já a Divisa manteve o nome apesar das várias renomeações postais da agencia).

Imagens e notas históricas estão apresentados no menu dos muncipios do Espirito Santo.

 


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