Todas as terras de Vila Isabel eram da Fazenda do Macaco que Dom Pedro I presenteou à sua segunda esposa, a Imperatriz D. Amélia de Beauharnais, Duquesa de Bragança, sendo frequentes os passeios do casal ao local. Com a volta de Dom Pedro a Portugal, a fazenda ficou abandonada. Em 1872, o Barão de Drummond a comprou e montou a Companhia Arquitetônica de Villa Izabel. Assim em 1873 nascia o primeiro bairro planejado da cidade, o loteamento “Villa Izabel” – em homenagem à Princesa Isabel – com 13 ruas projetadas, uma grande avenida arborizada (o Boulevard 28 de Setembro homenagem à data de promulgação da Lei do Ventre Livre), e uma praça central, a Sete de Março (atual Barão de Drummond). Nas proximidades, seria instalada a primeira agência postal, a “Rua Dona Elisa”, posteriormente renomeada “Rua Teodoro da Silva”. Vila Isabel recebeu também a instalação da Sucursal no.4 (ver mais à frente).
Em 1888 o Barão de Drummond (foto) inaugurou também o primeiro Jardim Zoológico do país. Mais tarde, para financiar as despesas de manutenção, ele criaria o famoso “jogo do bicho”. O zoo foi transferido em 1945 para a Quinta da Boa Vista e hoje é a Praça Recanto do Trovador. Vila Isabel abrigou também uma das fábricas mais antigas da cidade, a Companhia de Fiação e Tecidos Confiança, desativada em 1964. Hoje, o prédio remanescente do conjunto fabril – onde está instalado o Supermercado Boulevard e as casas da vila operária no seu entorno fazem parte de Área de Proteção do Ambiente Cultural Municipal.
O bairro, cantado em sambas famosos em todo o Brasil, teve entre seus ilustres moradores Noel Rosa (1910-1937), compositor profundamente identificado com o espírito e o charme de Vila Isabel. Sua inesquecivel homenagem ao bairro é “Feitiço da Vila”. Ouçam
Outra referência importante é Martinho da Vila (1938 – ) cuja história se confunde com a da tradicional Escola de Samba Unidos de Vila Isabel, campeã do carnaval carioca de 1988.
Quadro de Agencias
As agencias urbanas do Imperio.
A primeira agencia do bairro é a Rua de D. Elisa. Sabemos pouco sobre ela, mas a nota do RC – Relatório dos Correios de 1896 a inclui, com a observação de “proposta”, na relação de agencias urbanas na área da “Succursal nº8 – Engenho Velho” (*).
(*) N.A. Cabe uma explicação. O RC de 1896 descreve a rede de sucursais que seria implantada em 9 de novembro de 1896. Entretanto, novo aviso no dia 20 do mesmo mês suspende a inauguração em obediência uma circular do dia 16 do Ministério da Fazenda. A rede só seria implantada em 1902. O tema das sucursais está em matéria no menu Correio Central.
Oficialmente, só sabemos pelo BP que ela foi transferida para a paralela rua Teodoro da Silva em 05/11/1898. Seria desativada com a implantação da sucursal, que veremos mais adiante. A rua D. Elisa é atualmente a rua Artidoro da Costa.
MRJ 650 – Rua Dona Elisa (ND – 1898)
MRJ 651 – Rua Teodoro da Silva (1898-1902) ambas sem imagens
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A agencia da rua Pereira Nunes teve vida curta, sendo transferida para a rua General Canabarro no Maracanã. Talvez em substituição tenha sido criada a agencia da Praça Sete de Março em 15/11/1910 (data em que a agente foi empossada, segundo o DOU). Essa praça se chamou originalmente Barão de Drummond, nome que mantém atualmente.
MRJ 652 – Rua Pereira Nunes (1909-1910)
MRJ 653 – Praça Sete de Março (1910-1920) ambas sem imagens
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A Sucursal Vila Isabel
Receber uma das primeiras sucursais, a nº4 da rede – criada em 7 de julho de 1902, revela a importância do bairro na virada do século. A história das sucursais está contada em detalhe no menu Historia Postal. Lá está explicada a adoção do ano de 1940 como data de fechamento da sucursal. No entanto, em várias delas, como em Vila Isabel, encontra-se cartas que possuem carimbos posteriores a essa data, quando já funcionava a AC que a sucedeu.
Neste caso, consegui documentos no DOU que mostram tesoureiros trabalhando no mesmo ano de 1940 tanto na Sucursal quanto na APT. Isso de qualquer modo não ajuda a explicar por que há carimbos da sucursal no mínimo até 1947.
MRJ 654 – Sucursal nº4 (1902-1940)
Nas primeiras duas imagens estão os carimbos das quatro distribuições diárias exigidas pelo regulamento dos Correios. Datados de 1905 a 1912.
Em seguida, aparece um carimbo da 2ª Distribuição mas com legendas novas: SUCC. V. IZABEL / R. de JANEIRO e datas de circulação 1913/1914 posteriores. Tudo leva a crer portanto se tratar de uma nova série. Entretanto, como o tipo seguinte (barras duplas) já aparece em 1914 não haveria muito tempo. Aguardemos.
O bloco seguinte é dos carimbos Barras Duplas, tipo 5h, que todas as sucursais também utilizaram. Datas de 1914 a 1926.
O tipo 6 que aparece em seguida é mais raro. A data é 1927 e a legenda “RIO”.
O tipo 10 seguinte tem dimensões maiores em torno de 31mm e circula longamente entre 1930 e os anos 1940 quando a sucursal foi extinta. Em duas séries. A primeira de 1930 a 1936 e a segunda de 1936 a 1947.
Curiosamente, em 1936 – entre as duas séries – aparece um carimbo estranho de tipo 4g com legenda inferior RIO que é dificil de classificar. Ei-lo:
Carimbos mecanicos obliteradores:
Carimbos de serviço
MRJ 655 – AC Vila Isabel (1940 – )
As sucursais não foram extintas oficialmente mas em geral por volta de 1940 elas dão lugar a uma agencia regular, como é o caso da Vila Isabel.
Carimbos de serviço
Carimbos mecanicos franqueadores
A última agencia própria dos Correios retoma o nome de uma agencia anterior:
MRJ 656 – Teodoro da Silva (1980-2000)
AGENCIAS FRANQUEADAS
MRJ 657 – ACF Barão de Drummond (1996-2012)
MRJ 658 – ACF Squema (1992-2012)
MRJ 659 – ACF Paes Mendonça Boulevard (1996-2012)
MRJ 660 – ACF Pereira Nunes (1994-2013)
MRJ 660A – AGF Maxwell (2013-2022)
MRJ 661 – Iguatemi (2001-2019)
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