Baixada Campista

Devido ao elevado numero de agencias do municipio de Campos (quase 150) , eu as apresentarei em cinco páginas (sendo a 1ª a apresentação geral), cujo índice vai a seguir. Esta página é a nº 5 – Baixada Campista. Para ver outra região, clique no respectivo link para direcionamento automático.

  1. CAMPOS DOS GOYTACAZES
  2. SEDE DO MUNICÍPIO
  3. NORTE
  4. SUDOESTE
  5. BAIXADA CAMPISTA

 

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INTRODUÇÃO

A cultura da cana-de-açúcar no norte fluminense teve início no século XVI com um engenho rudimentar construído às margens do rio Itabapoana por Pero de Góis, donatário da capitania de São Tomé. A virada para o século XIX marcou a época áurea dessa cultura, contando-se mais de uma centena de engenhos às margens do rio Paraíba do Sul.

A partir da década de 1870 houve um processo de consolidação dessa indústria, com a construção de engenhos centrais e usinas [1]. Isso viabilizou a construção de uma rede de ramais e linhas ferroviárias cujas estações, por sua vez, constituíam local adequado para a instalação de agencias do correio.

A região ao sul do rio Paraíba foi particularmente afetada por esse processo e onde foram construídas as primeiras ferrovias do município. É conhecida por Baixada Campista e envolve os atuais distritos: 2º (Goitacazes. em verde), 3º (Santo Amaro em rosa), 4º (São Sebastião em amarelo) e 5º (Mussurepe em azul), conforme apresentada no mapa da prefeirutra a seguir [2].

Mapa da Prefeitura (distritos atuais)

Meu objetivo é descrever as agencias postais na região Não se trata de tarefa simples, pois os dados do IBGE são escassos e as informações colhidas nos documentos ferroviários, postais e jornalísticos são frequentemente conflitantes. Minhas conclusões derivam da melhor interpretação do cruzamento desses dados.

Utilizando o mapa de 1953, que apresenta o traçado das ferrovias, destaco as linhas 48 (em roxo), 49 (em azul) e 50 (em verde) bem como suas respectivas estações (os numeros são os da coluna da estação no quadro mais abaixo)

Mapa de 1953

O mapa corográfico de 1865 abaixo [3] destaca as três mais importantes freguesias da Baixada naquela época: São Gonçalo, São Sebastião e Santo Amaro. Elas teriam agencias postais e estações ferroviárias pois estariam nos traçados da malha ferroviária, como veremos ao longo deste trabalho.

Mapa de 1865

Para completar a série de referências, o mapa corográfico de 1922 mostra as linhas em seu traçado final, bem como as freguesias citradas acima.

Mapa de 1922

 

AS AGENCIAS

O quadro abaixo mostra a sequencia em que serão apresentadas as agencias

O mapa de 2009, com as divisas atuais, indica os locais das agencias citadas no quadro acima na terceira coluna “MAPA”.

Mapa de 2009

A região da baixada registra o espantoso numero de 45 agencias, das quais se conhecem poucos carimbos. Em 2024 só consigo apresentar carimbos de cinco delas.

As Ferrovias

É preciso salientar o entrelaçamento da história ferroviária com a postal, já que a grande maioria das agencias foram criadas em povoados que em algum momento seriam servidos por ferrovias.

A década de 1870 presenciou o boom inicial dos grandes empreendimentos ferroviários em Campos que, além de atender os principais polos econômicos de seu imenso território, a ligariam ao Rio de Janeiro e aos estados de Minas Gerais e Espirito Santo.

No quadro a seguir, apresento em ordem cronológica as datas de inauguração das  linhas que atenderiam a Baixada Campista, cujas agencias serão apresentadas obedecendo a essa mesma cronologia (ver mapa de 1953 no alto da página)

  • 1873 – EF Campos S. Sebastião (Linha 49), posteriormente estendida até a divisa sul do municipio. Foi a primeira linha dentro da cidade.
  • 1895 – EF Campista (Linha 48) que ligaria Campos à foz do rio Paraíba no municipio de São João da Barra
  • 1900 – Ramal de São Sebastião de Campos (Linha 50) 

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Para permitir a visão do quadro geral, segue o quadro das demais ferrovias construídas ainda no século XIX:

  • 1874 – EF Macaé e Campos (Linha 43) que, vinda do sul, mais tarde comporia a Linha do Litoral, ligando Campos a NIterói. Está apresentada na página Sudoeste do município. Foi a segunda ferrovia a chegar a Campos.
  • 1877 – Linha de Itabapoana (Linha 51) que, em direção norte, se bifurcaria em direção aos estados de MG e ES. Está apresentada na página Norte do municipio.
  • 1891 – EF Campos a São Fidelis (Linha 53) que acompanharia o rio Paraiba a S. Fidelis e estendida posteriormente até a divisa com MG.

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HISTÓRIA E CURIOSIDADES SOBRE AS AGENCIAS


Parte 1 – As agencias da EF Campos a São Sebastião (1º trecho) – Linha 49

Locais 50 a 58 no mapa – Agencias ERJ 265 a 272


A Linha 49 foi primeira ferrovia construída no município de Campos, conhecida por EF Campos a S. Sebastião [4].  A estação inicial foi construída no centro de Campos e consta que teria sido renomeada Avenida após a construção da estação da EF Macaé e Campos.

As obras foram iniciadas em 1871 e o livro de J. Feydit registra simbolicamente o pioneirismo da linha: “No dia 21 de junho de 1873 ouviu-se pela primeira vez o apito de uma locomotiva em Campos” [5].

O primeiro trecho da linha, até a estação de S. Sebastião, foi inaugurado em 1873. O quadro abaixo resume as datas de inauguração das estações e das respectivas agencias postais.

Como se vê no quadro, o primeiro trecho passou por S. Gonçalo (de Campos) e chegou a São Sebastião, ponta de linha do contrato, em 21 de dezembro de 1873.

fonte: Gazeta de Campos, 21 de dezembro de 1873

Continuando a história, em 1889 a EF Campos a S. Sebastião foi vendida para a EF Macaé e Campos [14]. O carimbo apresentado abaixo é peça histórica desse momento que também mostra o entrelaçamento entre a agencia postal e a estação.

A Macaé e Campos, por sua vez, já havia sido adquirida pela EF Leopoldina em 1887. A troca de acionistas teria reflexo nos próximos movimentos.

A Câmara Municipal de Campos, em ata da sessão de 14 de agosto de 1888 “concede licença à companhia EF de S. Sebastião para levar seus trilhos pela estrada municipal da estação de Mineiros à usina de mesmo nome, obrigando-se, por termo, a várias condições sobre a conservação da estrada e a não cobrar maior frete nem passagens” [15].

Sobre a Usina: constituída em 3 de março de 1886 [16] seria vendida em 23 de abril de 1888 para outro grupo [17] que, poucas semanas depois, obteria da Câmara a concessão para o prolongamento da EF aos seus domínios. Esse “prolongamento” à usina Mineiros foi feito unicamente para servir a empresa. Veja abaixo um mapa ilustrativo: [18]:

Em 1892 a Cia. Leopoldina publicaria na imprensa o seguinte Aviso [18A]:

“Se faz publico que, existindo mais de uma estação com igual denominação, resolveu esta Cia. Mudar o nome das estações seguintes: (…) Na linha de S. Sebastião, as estações de S. Gonçalo e S. Sebastião, que serão denominadas Goytacazes e Mineiros. (…) Rio de Janeiro, 14 de setembro de 1892”.

Finalmente assume-se o fato de que a estação deve ter o nome, conhecido por todos, alinhado à localidade. Abaixo, a tabela “Trens de Passageiros” de 1894 onde constam as estações da linha com os nomes atualizados [18B].

 


Nota: Apresentando a controvérsia

Como vimos, a ferrovia pioneira anunciava no próprio nome a intenção de ligar Campos a duas de suas principais freguesias ao sul: a de São Gonçalo (atual Goitacazes) e a de São Sebastião (de Campos). Sabemos que a estação “São Sebastião” foi de fato inaugurada em 21.12.1873 (ver anuncio na Gazeta de Campos acima). Mas uma questão ficou em aberto: esse local seria mesmo a sede da freguesia?

O estudo mostrado no Anexo I ao pé da página conclui que NÃO. O local seria a localidade de Mineiros, onde a linha tocava a divisa dos distritos e S. Gonçalo (Goitacazes) e de S. Sebastião que a ferrovia acompanharia por alguns quilômetros. Veja o detalhe do mapa da Prefeitura:

Portanto, a ferrovia de fato chegou ao distrito, mas não à sua sede (que se vê distante no mapa). Esta só veria trilhos em 1900 quando da inauguração de uma outra linha, o Ramal de São Sebastião (ver Parte 4 mais abaixo).

E as agências? O quadro ferroviário apresentado acima está correto. A estação 49.03 teve agencia Estação São Sebastião (ERJ 271) criada em 14.11.1889 (mas logo renomeada Mineiros em 27.09.1892 confirmando a tese).

Ver o Anexo I ao pé da página com uma detalhada história sobre essa controvérsia ( e alguns mapas errados).


As agencias da linha 49

ERJ 201A – Avenida

A estação avenida foi construída nas pistas centrais da rua do Beco e também servia à linha de bonde Turf Club, como se vê na imagem [4A]. A agencia é de 1925 e está listada na página da sede do município, como também a Beco ERJ 194.

As agencias indentadas apresentam renomeações do mesmo local.

ERJ 256 – Dona Ana (1913) no centro (sem imagens)

São Gonçalo (de Campos) foi o mais antigo distrito do município, criado em 1673. Renomeado Goitacazes em 1938, foi extinto em 1967 e seu território reanexado ao distrito sede de Campos.

 

ERJ 257 – São Gonçalo de Campos (1889) Local 51 no mapa
ERJ 258 – Goitacazes (1915)

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AGC Campo Limpo (2023 Google Maps ©2024)

ERJ 259 – Campo Limpo (1889) Local 52 no mapa
ERJ 260 – Tahy (1928)
ERJ 261 – ACG Campo Limpo (2000)

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ERJ 262 – São Sebastião (1889-1892) Local 53 no mapa
ERJ 263 – Mineiros (1892-1969)

 


Parte 2 – As agencias do Ramal de Santo Amaro (2º trecho)

Locais 54 a 57 no mapa e Agencias ERJ 273 a 281


A Leopoldina Railway assumiria a linha em 14.12.1898 [19]. A nova companhia, em nota oficial, comunicaria a abertura em 1º de outubro de 1902 do “posto telegráfico Saturnino Braga” no km 24 da linha S. Sebastião [20]. Como vimos na Parte 1, parte desse trecho já havia sido construída no prolongamento até a Usina Mineiros.

O Decreto nº 991 de 25 de outubro de 1906 autorizou a Leopoldina Railway a estender a linha até Santo Amaro de Campos. Saturnino Braga foi inaugurada em 1902 (talvez a mesma do “posto telegráfico”) e a  linha foi aberta ao tráfego em 15 de junho de 1908 [21].

Fechando este capítulo, apresento a tabela “Estradas de Ferro” de 1910 onde constam as estações da linha com os nomes que possuíam nessa data [25].

Notas:

  • Vê- se que aparece em 1908 um “Mussurepe” como estação (e posteriormente agencia). Lembro que vimos na Linha 50 esse mesmo nome ser usado em 1903 para renomear S. Sebastião de Campos. Com a inauguração desta estação em 1908, aquela seria mais uma vez renomeada, agora como Colomins. Note-se que Mussurepe era um povoado neste local e já possuía agencia com esse nome desde 1893 (assunto abordado em detalhe no Anexo II).
  • Um dos nomes que a agencia Santo Amaro toma é Pinheiro Machado, político que possuía uma fazenda na vizinhança. À época da inauguração da estação (1908), o então senador desfrutava máximo prestígio e cogitava candidatar-se a presidente. Foi assassinado em 1915, mas a agencia manteve seu nome até 1946.
  • Santo Amaro é distrito desde 1890. Renomeado Santo Amaro de Campos em 1944. De 1911 a 1923 sua sede foi transferida para São Martinho (ERJ 285).

As agencias

As agencias indentadas representam renomeações no mesmo local.

ERJ 264 – Saturnino Braga (1904) Local 54 no mapa
ERJ 264A – AGC Saturnino Braga (2000)

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A estação de Mussurepe em 2022 (Google © 2024)

ERJ 265 – Mussurepe, povoado (1893) Local 55 no mapa
ERJ 266 – Mussurepe, estação (1924)
ERJ 266A – AGC Mussurepe (2004)
ERJ 267 – Baixa Grande (1920) Local 56 no mapa
ERJ 267A – AGC Baixa Grande (2000)
ERJ 268 – Santo Amaro, arraial (1905) Local 57 no mapa
ERJ 269 – Lagoa Feia (1906)
ERJ 270 – Pinheiro Machado (1910)
ERJ 271 – Santo Amaro de Campos (1946)
ERJ 272 – AGC Marrecas (2006)

Não possuo exemplares de nenhuma dessas agencias

 


Parte 3 – As agencias do Ramal de Campista (Linha 48)

Locais 40 e 41 no mapa e Agencias ERJ 256 a 257


A Companhia EF Campista foi autorizada pelo Decreto nº 130 de 16 de outubro de 1894 [27] a construir uma ligação ferroviária entre Campos e a foz do rio Paraíba com leito construído na margem direita do rio, num total de 39 km. Um dos objetivos dessa linha era otimizar o transporte do açúcar produzido em Campos para o porto de São João da Barra até então feito por embarcações a vapor.

A estação em Campos era a “Avenida”. Em 31 de outubro de 1895 foi inaugurada a primeira secção da linha entre Atafona e a usina Barcellos, compreendendo todo o trecho em território do município de S. João da Barra [26]. O tráfego definitivo de toda a linha foi iniciado em 3 de setembro de 1896 [27].

O quadro abaixo apresenta as datas de inauguração das estações e suas respectivas agencias postais (após Martins Lage, a linha cruza a divisa municipal com São João da Barra e prossegue até Atafona)

Como ilustração, apresento a seguir uma tabela oficial de horários da linha  publicada em 9 de maio de 1897 [28].

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As agencias

Dores de Ayrizes – Local 40 no mapa

O imponente Solar, construído em sua forma atual em princípios do século XIX pelo comendador Cláudio do Couto e Souza, foi o primeiro imóvel a ser tombado pelo IPHAN, reconhecendo-se o seu valor histórico e patrimonial.  Alberto Lamego, escritor e colecionador de arte é genro do comendador e herdou o edifício.

O local foi parada do Ramal de Campista, vê-se a plataforma no canto inferior direito. Uma agencia postal existiu na localidade de 1895 a 1940. A propriedade está muito mal conservada mas fala-se em preservá-la com a construção de um condomínio em seu terreno.

Revista da Semana de 9 de setembro de 1939

ERJ 273 – Dores de Ayrizes (1895)

 

 

ERJ 274 – Martins Lage (1953-1968)  Local 41 no mapa

Estação situada poucas quadras à frente, é dela que partia o Ramal de S. Sebastião que veremos na Parte 4 (proximo bloco). Não tenho imagens de carimbos dessa agencia.

 


Parte 4 – As agencias do Ramal de São Sebastião (1900-1908) – Linha 50

Locais 42 a 44 no mapa e Agencias ERJ 258 a 264B


O mapa corográfico de 1865 abaixo [3] registra as três mais importantes freguesias da região naquela época: São Gonçalo de Campos, São Sebastião e Santo Amaro. Elas receberiam agencias postais e estações ferroviárias pois estariam nos traçados da malha ferroviária, como veremos ao longo deste trabalho.

O Ramal de S. Sebastião (mais tarde conhecido por Ramal de Colomins) foi construído pela EF Campista em 1900 partindo da estação Martins Lage (também conhecida por Comendador Lage) até o arraial de São Sebastião, num percurso aproximado de 5 km. O trajeto atendia a várias usinas importantes, tais como Tahy, Limão, Cambahyba e Poço Gordo (as duas últimas também tiveram estações).

O quadro abaixo resume as datas de inauguração das estações e das respectivas agencias postais.

Houve uma primeira viagem experimental festiva no sábado 29 de setembro de 1900 de Campos até o final da linha. O Monitor Campista deu uma pequena nota no dia 30, que vale transcrever, uma vez que ela comprova a tese apresentada no Anexo I de que a agencia S. Sebastião (EF Campos a S. Sebastião) ficava mesmo em Mineiros, ou seja, fora da sede do distrito.

A freguezia de S. Sebastião pela antiga classificação, ou 5º distrito pela moderna, esteve ontem alegre e festiva com muita razão. Os povos daquela localidade ouviram, pela primeira vez dentro do arraial, o silvo agudo da locomotiva em viagem de experiência. Nossos parabéns aos moradores de S. Sebastião por mais esse progresso, apesar de possuírem eles há mais de 20 anos uma estrada de ferro – em nome apenas – a de Campos a São Sebastião” [31].

A linha foi inaugurada oficialmente em 15 de dezembro de 1900, chegando ao arraial onde nessa data foi finalmente inaugurada a estação “S. Sebastião”, merecedora do nome por ser a sede do distrito. Transcrevo trecho da matéria:

Inaugurou-se hontem este ramal da EF Campista. O trem partiu da estação de Campos às 10:10 da manhã e chegou ao arraial às 11:30. Este se achava ornamentado e a entrada da locomotiva foi saudada entusiasticamente” [32].

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A Leopoldina Railway assumiu a EF Campista em 19 de junho de 1901 [21]. Em 1903 São Sebastião mais uma vez ficaria sem uma estação com seu nome, já que a nova empresa o alterou para “Mussurepe” como se vê no quadro acima. Uma lambança com o nome da estação, que está descrita em detalhe no Anexo II.

A linha seria desativada nos anos 1960. Baixa Grande, Campo Limpo, Mussurepe, Poço Gordo, São Sebastião e Saturnino Braga ainda têm agencias tipo AGC em operação [39].

As agencias

ERJ 275 – Cambaíba (1906) – local 42 
ERJ 276 – Poço Gordo (1910) – local 43

Local 44:

ERJ 277 – São Sebastião de Campos, arraial (1894-1900) 
ERJ 278 – São Sebastião de Campos, estação (1900-1903)
ERJ 279 – Mussurepe (1903-1911
ERJ 280 – Colomins (1911-1969)

ERJ 281 – São Sebastião de Campos (1976-2003)
ERJ 281A – ACS São Sebastião de Campos (2003)
ERJ 281B – AGC São Sebastião (2004 – )

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Há muita informação desencontrada nessas ferrovias. No caso desta linha, vale observar que a localidade, o distrito, a estação e a agencia pouco compartilharam o mesmo nome, veja tabela:

Para complicar mais, tanto Mussurepe quanto São Sebastião (erradamente, como veremos no anexo I) foram também nomes de estação na Linha 49.

 


Parte 5 – Outras localidades sem estações

Locais 58 a 62 no mapa e Agencias ERJ 282 a 287


O Farol de São Tome

campos-farol-de-sao-tomeA estrutura tem 45 metros de altura e foi inaugurada em 29 de julho de 1882, data escolhida em homenagem ao aniversário da Princesa Isabel. O projeto, segundo o portal local, é do engenheiro Gustave Eiffel, o mesmo da torre parisiense.

A agência postal da localidade é bem mais recente, dos anos 1970, e está ativa como AGC.

Um dos selos da série Maravilhas do Rio, # C3048 emitido em 2010, traz a imagem do farol.

ERJ 282 – Farol de São Tomé Local 58 no mapa
ERJ 282A – AGC Farol de São Tomé

 


ERJ 283 – Tocos (1952) – Local 60 no mapa
ERJ 283A – AGC Tocos (2000)

Tocos é distrito de Campos desde 23 de abril de 1958


ERJ 284 – AP Ponta Grossa dos Fidalgos Local 61 no mapa
ERJ 284A – AGC Ponta Grossa dos Fidalgos 

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O engenho de São Martinho foi herdado por Eduardo de Sá Meneses de seu tio Frederico por volta de 1920, uma família da época dos “barões da cana”. Ele levaria o engenho ao seu apogeu, mas testemunharia também sua decadência. Foram personagens do livro “Olha para o céu, Frederico!” do escritor campista José Candido de Carvalho (1939).

São Martinho recebeu a sede do distrito de Santo Amaro de 3 de novembro de 1911 até 31/12/1923.

ERJ 285 – São Martinho (1910) Local 62 no mapa
ERJ 285 – São Martinho (1953)
ERJ 286A – AGC São Martinho (2004)
ERJ 287 – AGC Beira do Taí Local 63 no mapa

Aqui encerro a apresentação das agencias da Baixada Campista. A seguir, os dois anexos com estudos sobre as estações da região.


ANEXO I – A CONTROVÉRSIA SOBRE O LOCAL DA ESTAÇÃO S. SEBASTIÃO


Este anexo detalha o estudo sobre a localização da estação S. Sebastião, centro de uma controvérsia do traçado da ferrovia tal como apresentado em vários mapas da época, dos quais selecionei dois teoricamente confiáveis: o mapa postal de 1888 (à esquerda) [40] e o geográfico Laemmert de 1892 [41].

      

Note-se que ambos os mapas traçam um pronunciado desvio para leste a partir de S. Gonçalo de modo a apresentar S. Sebastião (sede do distrito) como final da linha.

A controvérsia

O mapa de 1892 mostra que a partir de Conceição (prov. Campo Limpo, que foi inaugurada em 1873) ele apresenta o trajeto com a linha (em vermelho) se desviando para leste em direção à sede de S. Sebastião. Para entender a controvérsia, já adianto que esse trecho em desvio não existiu. A linha de fato seguiu sempre em direção sudeste chegando com ponta da linha em Mineiros e não em S. Sebastião. Melhor argumento para essa tese são os próprios Correios que, no mapa postal de 1906 corrigiu o engano, extamente como mostra a imagem abaixo, com a linha chegando a Mineiros e passando ao largo de S. Sebastião. Essa é a conclusão.

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Começando com a conclusão, só me resta apresentar, para quem tiver interesse, o passo-a-passo da pesquisa com reprodução das matérias colhidas na imprensa acompanhando a construção desse trecho (e que, como veremos, só causam mais confusão)

As obras da linha foram iniciadas em 1872 e “no dia 21 de junho de 1873 ouviu-se pela primeira vez o apito de uma locomotiva em Campos” [5]. Seu primeiro trecho, de Campos a S. Gonçalo, foi inaugurado em 5 de julho de 1873. A nota que registrou o fato termina com a mensagem “fazemos votos para que a conclusão da estrada se acelere (…) para o progresso do nosso esperançoso município” [42].

Aparentemente os votos não ajudaram muito, pois rarearam notícias sobre o progresso da ferrovia na grande imprensa até o jornal A Nação publicar nota dizendo que “foi inaugurado em 9 de setembro de 1873 mais um lanço (…) até a estação de Campo Limpo”. Como na anterior, a nota termina dizendo que “há probabilidade de até o fim do ano estarmos em comunicação com o arraial de São Sebastião ponto final da linha” [43].

O grifo é meu para enfatizar que aparentemente havia mesmo projeto para que a ferrovia virasse à esquerda e atingisse a sede do distrito, ou seja, o Arraial.

A partir dessa data não encontrei novas notas sobre o andamento dos trabalhos, o que é de estranhar, pois estaríamos  falando da inauguração de toda a linha.

  • Até que, finalmente, o jornal Gazeta de Campos na edição de 21 de dezembro, publica nota anunciando que a inauguração da “estação terminal”. Na edição de 24, extensa matéria (trecho inicial na imagem) nos conta como transcorreu o dia. Entretanto, as notas não falam nada sobre o impacto na sede da Freguesia, se fosse esse mesmo o local.

Prossigo com as notas:

  • 1876 – a sessão de 14 de novembro da Assembleia Legislativa do RJ contêm um diálogo ilustrativo entre os deputados, onde se menciona que “a estação fica distante 1/4 de légua do Arraial” [46].
  • 1880 – anúncio classificado no Monitor Campista de 24/11 oferece negócio “em terreno contíguo à estação de Mineiros”.

Que estação “Mineiros” seria essa? Esse nome só apareceria oficialmente em 1892, como veremos adiante.

  • 1882 – anúncio no Monitor Campista de 8 de junho informa que “um trem especial partirá da Estação Central da EF de Campos a S. Sebastião para um passeio recreativo à estação de Mineiros”.

Trata-se de um fato curioso: as tabelas de horários publicadas a Companhia listam a “estação S. Sebastião”; mas aqui se aponta a “estação de Mineiros” que lá não consta. Talvez o mesmo local?

  • 1884 – Na sessão de 20 de outubro da Assembleia Legislativa Provincial decidiu-se “dividir a freguezia de S. Sebastião de Campos em dous districtos fiscais, sendo o primeiro districto limitado (…) pela estação de Mineiros, estrada do Desbanque até a Pedra (…)” [47].

Mais uma referência, desta vez oficial, à estação Mineiros. Com isso ficamos sabendo que a estação é um dos marcos divisórios da freguesia de S. Sebastião. Isso pode também ser observado no mapa de 2002 apresentado ao alto. Ou seja, a EF não deixou claro se iria para o arraial (a sede da freguesia) ou até os limites da freguesia, onde de fato chegou. Gerando toda a confusão, chamou essa estação de S. Sebastião (afinal, esse era o nome da linha).

  • 1888 – ata da sessão de 14 de junho de 88 da Câmara Municipal de Campos “concede licença à Cia EF de S. Sebastião para levar seus trilhos da estação de Mineiros à usina de mesmo nome” sem alterar preços de frete e passagens [15].

Fica cada vez mais claro que a ponta da linha é de fato a estação de Mineiros, nome que remete ao local onde se localizava. E não em São Sebastião, arraial.

Sobre a Usina: constituída em 3 de março de 1886 [16] seria vendida em 23 de abril de 1888 para outro grupo [17], que poucas semanas depois obteria da Câmara a concessão para o prolongamento da EF aos seus domínios. Esse “prolongamento” à usina, que ficava próxima à estação [18], foi feito unicamente para servir a empresa (ver o mapa [22]).

  • 1889 – A Revista de Engenharia, edição de 2 de outubro de 1889, além de confirmar o início das obras do prolongamento em Mineiros, ainda nos informa que a atual proprietária da linha é agora a Companhia EF Macahe e Campos.
  • 1892 – Uma nota publicada pela EF Leopoldina de 15 de setembro informa que a estação de S. Sebastião renomeada Mineiros [13].

A linha, agora sob direção da Leopoldina, finalmente resolve assumir o fato de que a estação, até agora chamada São Sebastião, deveria ter mesmo o nome pelo qual é conhecida por todos: Mineiros, que afinal é como se chama o local.

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Conclusão: os fatos apresentados creio serem mais do que suficientes para afirmar que a EF Campos a S. Sebastião nunca chegou ao arraial, ou seja, à sede da freguesia, passando de fato ao largo desta. A ponta da linha do trecho inicial foi a estação de Mineiros, originalmente nomeada S. Sebastião e mais tarde corretamente renomeada Mineiros, alinhando finalmente os nomes do local, da estação e da agencia.

Para fechar, apresento novamente a nota [31], que extraí da Parte 2 que trata do Ramal de São Sebastião ilumina bem essa questão, ao datar em 1900 a chegada do trem no arraial pela primeira vez:

A freguezia de S. Sebastião pela antiga classificação, ou 5º distrito pela moderna, esteve ontem alegre e festiva com muita razão. Os povos daquela localidade ouviram, pela primeira vez dentro do arraial, o silvo agudo da locomotiva em viagem de experiência. Nossos parabéns aos moradores de S. Sebastião por mais esse progresso, apesar de possuírem eles há mais de 20 anos uma estrada de ferro – em nome apenas – a de Campos a São Sebastião” [31].


 

ANEXO II – OUTRA LAMBANÇA COM A ESTAÇÃO S. SEBASTIÃO

Como vimos na Parte 4 (Ramal de São Sebastião) a estação “S. Sebastião” foi inaugurada em 15/12/1900 na sede do distrito. Até que enfim. Mas em 1903, menos de três anos depois, ela já seria renomeada Mussurepe. Vejamos:

  • Nota na A Capital edição de 5 de setembro de 1903 reza: “A Leopoldina Railway resolveu mudar o nome da estação de S. Sebastião na linha Campista para Mussurepe.” A nota infelizmente não desclarece o motivo.
  • Em nota publicada na imprensa, a “directoria da Repartição Geral dos Telegraphos em officio n. 1161 de 14 de setembro de 1903 declara que a estação de S. Sebastião da Leopoldina Railway no Estado do RJ, via Campos, passou a denominar-se Mussurepe, afim de não confundir-se com a de igual nome no ramal de Pirapetinga” [51]. Talvez este seja o motivo também da nota anterior.
  • Já o Boletim Postal de setembro de 1903 reza: “por portaria de 23 passou a denominar-se ‘Mussurepe’ a agencia da Estação de S. Sebastião no Estado do RJ”.

A tríplice informação não deixa dúvida: em 1903 tanto a estação ferroviária, como a estação telegráfica e a agencia postal mudaram de nome em setembro. Mas pergunto: por que Mussurepe? Estamos no local 50.06 (quadro da linha 50) e a povoação com esse nome fica no local 49.16 (quadro da linha 49), onde já funcionou uma agencia postal de 1893 a 1899 como vimos em 1.4. Vejam a lambança que resultou:

  • Como vimos na Parte 4 (2º trecho), a Leopoldina em 1906 daria prolongamento à EF Campos – S. Sebastião em direção a Santo Amaro, inaugurando uma nova estação Mussurepe nessa linha em 1/7/1908 [22]. Mas como, se já havia uma estação homônima desde 1903 na linha Campista? O que ela fez? Renomeou esta para Colomins nessa mesma data [35].

Neste momento (1908) a povoação se chamava S. Sebastião, a estação ferroviária Colomins e a agencia postal Mussurepe.

  • Os Correios acompanharam a estação em 6/2/1911, renomeando Mussurepe para Colomins [BP];
  • Mas em 22/5/1911 eis a confusão: cancelaram essa mudança e, na mesma data, renomearam S. Sebastião para Colomins [BP]. Ou seja, acabaram por renomear S. Sebastião duas vezes, em 1903 para Mussurepe e em 1911 para Colomins. Pior: a agencia Mussurepe não foi extinta e assim temos duas agencias no mesmo local. Será que é por isso que uma agencia Mussurepe só foi criada em 1924 na linha de Santo Amaro?
  • Para efeito deste trabalho, eu considerei como válida somente a data de 6 de fevereiro, o que faz sentido.

O próprio GP de 1906 ecoa essa confusão em seus verbetes, registrando que ambas são antigas S. Sebastião de Campos (uma em cada linha ferroviária…). Pode isso?

Em 1913 a povoação chamava-se S. Sebastião, a estação Colomins e a agencia também Colomins. Mas, alimentando a confusão, os GP de 1913 e o de 1920 registram o verbete “Colomins (São Sebastião de Campos) Mussurepe – estação ag. 4ª.classe” (sic). Todos os três nomes para não errar (risos).

Em 1938, o distrito de São Sebastião seria renomeado Barão de São Jose [IBGE] e a estação acompanharia a mudança em 1º de outubro de 1944 [36].

O Guia Postal de 1957 registra “Barão de São José (ex-Colomins) vila e estação da EF Leopoldina”. Sem agencia. [50]. No entanto, ele também apresenta o verbete “Colomins, povoado agencia 4ªP”.

Até aqui pensava que Colomins seria só o nome da estação de S. Sebastião, mas agora parece um local separado.  A agencia Colomins funcionou até ca.1969 (tenho exemplares de carimbos de 1964). O ramal ferroviário tinha sido extinto em 1966.

Só no GP de 1976 voltaria a aparecer o registro de uma agencia São Sebastião, ainda hoje ativa como AGC.

Uma lambança, CQD.

 


FONTES E NOTAS

[BN] A grande maioria das referências a publicações resultou de pesquisa na hemeroteca da Biblioteca Nacional – RJ.
[BP] refere-se ao Boletim Postal, publicação mensal dos Correios entre 1889 e 1950.
[GP] Guia Postal
[RC] Relatório Anual da Diretoria Geral dos Correios
[DOU] Diário Oficial da União;
[site] Refere-se a agenciaspostais.com.br
[1] Artigo “O açúcar no norte fluminense” por Paulo Paranhos, 2000.
[2] Secretaria Municipal de Obras e Urbanismo, Prefeitura de Campos, 2002
[3] Detalhe da carta chorographica da Provincia do Rio de Janeiro, Rensburg,1865 (mapoteca da Biblioteca Nacional).
[4] A linha estadual da EF Macaé e Campos partiu de Macaé e só chegaria a Campos no início de 1875. Essa ferrovia não foi abordada neste trabalho por não ser uma linha regional da Baixada Campista.
[4A] imagem de http://camposfotos.blogspot.com. Outra versão está em foto da Biblioteca do IBGE que diz que o edifício hoje ocupado pela Faculdade de Direito teria sido a estação original.
[5] Livro “Subsídios para a História dos Campos dos Goitacazes” por Julio Feydit, Editora Esquilo -1979.
[6] Anúncio da Cia. EF no Monitor Campista ed. 22.11.1876 sobre trem especial para evento em Campos partindo de várias estações da linha.
[7] Nota no Diario do Rio de Janeiro ed. 12.07.1873
[8] Aviso da EF Leopoldina, em 14.9.92 no O Paiz edição 15.9
[9] Nota de 18.09.1873 em A Nação, jornal da Corte que circulou de 1872 a 1876.
[10] Nota da EF Leopoldina em O Paiz 26.10.1900
[11] A edição de 1874 (relativa a 1873) do Almanak Laemmert diz que “a linha começou a funcionar em 7 de julho e ficou aberta em toda a sua extensão em 21 de dezembro de 1873
[12] Aviso da EF Leopoldina, em 14.9.92 O Paiz ed. 15.9 anunciando mudança de nome de S. Sebastião para Mineiros.
[13] O Jornal 24.01.1950
 [14] Revista da Engenharia, edição de 2 de outubro de 1889
[15] transcrito de matéria publicada no Monitor Campista, edição de 15 de agosto de 1888.
[16] A edição de 28 de maio de 1886 do Monitor Campista publica na íntegra os Estatutos da empresa assinados em 3 de março.
[17] Nota discreta publicada no Monitor Campista de 24 de junho de 1888 informa que: “no cartório (…) foi passada hontem a escriptura de venda da usina Mineiros (…) tendo sido compradores os Srs. Francisco Ferreira Saturnino Braga (…)”. O comprador era influente industrial, ex-presidente da EF Carangola e sócio da Saturnino Braga & Cia, proprietária da EF Campos a S. Sebastião.
[18] Detalhe do mapa “Carta Chorographica do RJ de 1922” (Mapoteca da Biblioteca Nacional).
[18A] O Paiz, edição de 15 de setembro de 1892
[18B] Publicado no Almanaque 1894 da Gazeta de Noticias.
[19] Matéria em O Paiz edição de 14 de dezembro de 1898 reproduz o contrato da Leopoldina Railway com o governo do estado.
[20] Nota da Leopoldina Railway na Gazeta de Noticias de 24 de setembro de 1902 informa ter aberto o “posto telegráfico” de Saturnino Braga. O Guia geral das Estradas de Ferro de 1960 informa a inauguração da estação em 1º de outubro do mesmo ano. Vale lembrar que o homenageado era o próprio ex-dono da EF (!)
[21] Helio Suêvo em “A Formação das E.F. no Rio de Janeiro” – 2004.
[22] Guia Geral das Estradas de Ferro 1960.
[23] Nota no J. Commercio de 3/3/1939 “foi elevado à categoria de estação o posto telegráfico Baixa Grande”.
[24] Mensagem do presidente da província do RJ á AL em 1/8/1908.
[25] Almanaque Laemmert 1910.
[26] Nota em O Fluminense de 3 de novembro de 1895. Ela também diz, entre outras coisas, que a estação em S. João da Barra se chamará “Porciuncula”.
A Usina Barcellos foi a segunda a ser construída depois da de Quissamã. Foi inaugurada em 23 de novembro de 1878 com a presença da família real.
[27] Helio Suevo em A Formação das Estradas de Ferro no Rio de Janeiro (2004).
[28] Tabela de horários da EF Campista publicada no J. do Commercio edição de 10 de maio de 1897.
[29] DOU de 12 de maio de 1895
[30] DOU de 28 de abril de 1955
[31] “A freguezia de S. Sebastião pela antiga classificação, ou 5º distrito pela moderna, esteve ontem alegre e festiva com muita razão. Os povos daquela localidade ouviram, pela primeira vez dentro do arraial, o silvo agudo da locomotiva em viagem de experiência. Nossos parabéns aos moradores de S. Sebastião por mais esse progresso, apesar de possuírem eles há mais de 20 anos uma estrada de ferro – em nome apenas – a de Campos a S. Sebastião” Monitor Campista edição de 30.09.1900 assinada por I.G.N.
[32] Monitor Campista edição de 16 de dezembro de 1900.
[33] Almanaque Laemmert edição 1904 (estradas de ferro, grupo3)
[34] Nota da EF Leopoldina alterando nome de S. Sebastião para Mussurepe publicada na A Capital ed. 05/09/1903.
[35] Tabela de horários publicada pelo Almanaque Laemmert em 1909 cita Colomins, ex-Mussurepe. Por outro lado, temos documentação [22] de criação de estação Mussurepe na linha Campos -S. Sebastião em 01.07.1908. Assim, nessa mesma data para evitar duplicidade deveria ser mudado o nome da estação do ramal de S. Sebastião.
[36] Nota da Leopoldina publicado no Diario da Noite em 4/9/1944; mudança de Colomins para Barão de S. Jose “por decisão do Conselho Nacional de Geografia”.
[37] Tabela de Vencimento de Agentes 1906-7
[38] A agencia “Arraial de S. Sebastião” ERJ 282 foi realocada na estação local inaugurada em 1900 (nota 32). Conclui-se isso do BP de 1903 informando que “a agencia da estação de S. Sebastião passa a denominar-se estação de Mussurepe”.
[39] AGC – agencia de correio comunitária. Parceria dos Correios com as Prefeituras instituída em 2000, destina-se a “viabilizar, no mínimo, a prestação dos serviços postais básicos em pequenas localidades com população superior a quinhentos habitantes, bem como em áreas urbanas onde predomine o interesse social e a exploração econômica de serviços postais não se mostre viável”.
[40] Mapa postal de 1888: De acordo com as convenções do mapa, são indicadas as freguesias de S. Gonçalo e S. Sebastião ligadas por linha diária de correio por ferrovia. Nenhuma das duas está marcada como agencia. Mais ao sul aparece também S. Amaro, indicada como povoação.
[41] Mapa político de 1892: suas convenções indicam S. Gonçalo e S. Sebastião como freguesias ligadas a Campos por ferrovia (desenhada em vermelho), da qual ambas são estações, junto com Almas. Ao sul, a freguesia de S. Amaro está conectada a Campos por estrada (desenhada em cinza).
[42] Diario do Rio de Janeiro, edição de 12 de julho de 1873.
[43] A Nação de 18 de setembro de 1873.
[44]  Almanak Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de Janeiro (Laemmert) ed. 1874 pgs. 496 e 169 do suplemento, com informações sobre a Cia. EF Campos a S. Sebastião. É a última edição que traz comentários da diretoria sobre o andamento das obras.
[45] Publicidade no Monitor Campista em 22 de novembro de 1876.
[46] Annaes da Assembléa Legislativa Provincial do Rio de Janeiro. Sessão de 14 de novembro de 1876. Diálogo entre os deputados Silva Pinto e Alberto Brandão. Diz o primeiro que no dia 3 de outubro um bando se dirigia de madrugada ao arraial de S. Gonçalo pela EF Campos a S. Sebastião para fraudar suas urnas eleitorais; impedidos pelo delegado, seguiram para S. Sebastião que fica a meia légua. Pergunta o outro: “Mas, não iam de trem?” “Não”, responde o primeiro: “porque a última estação dista do arraial de S. Sebastião um quarto de légua”.
[47] Idem. Sessão da comissão da fazenda e orçamento analisando e aprovando proposta da câmara municipal de Campos em 20 de outubro de 1884.
[50] O GP 1957 apresenta o verbete “Barão de São Jose, est. ex-Colomins”. É a única menção em documento postal que conheço.
No Diario Carioca de 27.6.57 um deputado solicita que “a Leopoldina” restabeleça como S. Sebastião o nome da estação “substituído recentemente”. Mais uma das confusões locais, já que “recentemente” foi a agencia que mudou de nome (a estação foi em 1944, v. nota 36).
[51] Nota no J. do Brasil de 26 de setembro de 1903. A estação de S. Sebastião foi inaugurada no ramal de Pirapetinga em MG bem antes, por volta de 1879.

 

 


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