Santa Cruz

Localização das Agências Postais do Município do Rio de Janeiro

Santa Cruz está no extremo oeste do município na divisa com Itaguaí e é banhado pela baía de Sepetiba (29 no mapa). Tem uma rica história, iniciada com a doação das terras por Martim Afonso de Souza em 1567 ao donatário da Capitania de São Vicente. Nessa época, os jesuítas ergueram um monumento com uma grande cruz de madeira em berço de pedra, que foi a origem do nome da região. Mais tarde, os herdeiros cederam parte das terras à Companhia de Jesus que já possuía grandes glebas no sul do Estado. Nessas terras foi construída a Fazenda de Santa Cruz, a maior e mais desenvolvida fazenda do Rio de janeiro à época. É dessa época (1752) a construção da Ponte do Guandu (foto ao lado), ou Ponte dos Jesuítas, que foi preservada como monumento histórico.

Em 1759, no entanto, um decreto do Marquês de Pombal expulsou os jesuítas do Brasil. A propriedade passou ao governo provincial e, poucos anos depois, com a chegada de Dom João VI em 1808, a fazenda foi escolhida para local de veraneio da família real – ela foi renomeada Fazenda Real e o antigo convento foi adaptado como Palácio Real de Santa Cruz (foto ao lado), renomeado “Imperial” por D. Pedro I. Já sob D. Pedro II, em 1833, o Curato (*) de Santa Cruz foi desmembrado do termo (município) da Vila de Itaguaí, passando a integrar o termo do Rio de Janeiro.

Sinal da importância político-econômica da Fazenda nessa época é o fato de ter sido escolhida como uma das primeiras regiões do Brasil a ter distribuição postal domiciliar, sendo a agência “Curato de Santa Cruz” criada em novembro de 1842  (ver matéria na introdução da agencia logo a seguir).

Já em 1877, Santa Cruz foi também a primeira localidade a possuir um serviço telefônico que a ligava ao Palácio de São Cristóvão. Várias construções históricas estão preservadas, entre elas o Palacete Princesa Isabel, de 1881 (imagem acima). A estação “Santa Cruz” do Ramal de Mangaratiba da E F D. Pedro II é de 1878.

Com a chegada da República, Santa Cruz perdeu muito do seu prestígio. Entretanto, na década de 1930 foram realizadas várias obras de infraestrutura e a chegada de novos colonos, como os japoneses, transformaram o bairro em celeiro do DF.

(*) Observação:  Curato é termo religioso, derivado de cura, ou padre, que designava aldeias e povoados com as condições necessárias para se tornar uma freguesia, ou seja, o distrito de um município.

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Quadro de agencias

Agencia de Santa Cruz

 

Esta foi a segunda agencia criada no Município Neutro, um ano após Paquetá. A nota foi assinada pelo CGC em 17.12.1842 no Diario do RJ informando uma “agencia no curato de Santa Cruz estabelecida por decreto (meu grifo) de 24 de novembro”.  Creio que o decreto é imperial e não é de estranhar a criação da agencia em Santa Cruz, local que D. João VI passou a frequentar, transformando o antigo convento em Palácio Real. Assim como no caso da MRJ 460 – Paquetá vale dizer que essas duas agencias criadas nas divisas leste e oeste do Município Neutro não têm origem nos planos diretores do Correio Geral cujas primeiras agencias dentro do município só foram criadas oficialmente 20 anos depois nos anos 1860 (*)

(*) em nota na agencia Paquetá transcrevi o embasamento de criação daquela agência no Regulamento de 5 de março de 1829 que reza “Em todos os lugares onde convier, fora das capitais das Províncias, haverá Agentes dos Correios subordinados aos Administradores (…)”. Isso me faz concluir que Santa Cruz também não era considerada “dentro da capital da Província”.

MRJ 532 – Santa Cruz (1842-1959)

Franquias Mecânicas

Carimbos de serviço


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Na introdução desta página descrevi as origens do bairro ligadas à Fazenda Santa Cruz. Com a república suas terras passaram ao domínio do estado. No inicio dos anos 1930 foi autorizada pela Câmara a alienação das terras para a implantação de um projeto de loteamento citado como “Nucleo Colonial” na matéria de O Jornal de janeiro de 1934. Na esteira desse projeto foi criada uma APT – agencia postal telegrafica que recebeu o nome de “Fazenda Santa Cruz” da qual temos noticias na imprensa nos primeiros meses de 1933 embora não tenha encontrado a data exata de sua criação.

Só possuo uma peça dessa agencia, carta de uma empresa na Estrada Morro do Ar nome curioso que é hoje a Av. Padre Guilherme Decaminada, principal via de acesso à cidade de Santa Cruz.

MRJ 533 – Fazenda Santa Cruz (1933-1959)

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O bairro deve seu nome à capela de S. Benedito de Areia Branca

A avenida Areia Branca é hoje uma das principais avenidas da cidade. Mais abaixo cito também a ACF Areia Branca (MRJ 538 2000-2012).

MRJ 534 – Areia Branca (1894-1916) sem imagens

Na Praça do Gado funciona atualmente o CDD homônimo (MRJ 729).

MRJ 535 – Praça do Gado (1989-2015)

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Nos anos 1930 foi construído o famoso “Hangar de Zepelim”, monumento histórico da Base Aérea de Santa Cruz. Hoje, o bairro tem um grande parque industrial, fazendo parte do complexo do porto de Itaguaí no município vizinho.

 

MRJ 536 – Base Aérea Santa Cruz (1963) só conheço uma menção no GP 1963

MRJ 537 – Costa Verde (2002-2020)

 


AGENCIAS FRANQUEADAS


MRJ 538 – ACF Areia Branca (2000-2012)

MRJ 538A – AGF Gemini (2012-2013) sem imagens

MRJ 539 – ACF Dona Januária (1996-2013)

MRJ 539A – AGF Erli (2013 –  ) é a segunda agencia em operação na cidade. Sem imagens.

 

 


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